Levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que, apesar da universalização do ensino fundamental no país, o Brasil ainda apresenta um elevado índice de analfabetismo.

A taxa permaneceu praticamente inalterada em 2008 em relação ao ano anterior. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), havia cerca de 14,2 milhões de analfabetos de 15 anos ou mais no Brasil em 2008, quando a taxa de analfabetismo foi estimada em 10,0%. Em 2007, a taxa foi de 10,1%. Os jovens de 15 a 17 anos e de 17 a 24 mantiveram os mesmos índices de um ano para o outro, 1,7% e 2,2%, respectivamente.

O grupo de 18 anos ou mais passou de 10,7% para 10,6%. O Rio Grande do Norte possui a quinta maior taxa de analfabetismo, e só fica atrás de Alagoas, Piauí, Paraíba e Maranhão. O Ceará está em boa posição frente a média nacional.

leitura-criancas-lendo-ilustracaoApesar desse dado estarrecedor, a taxa está em declínio no estado. O índice caiu de 24,57% em 2002 para 20,74% em 2008. Surpresa negativa da pesquisa foi a região Sudeste, a mais desenvolvida do país, onde o analfabetismo aumentou, indo de 5,3% para 5,4%.

A variação ocorreu na faixa mais jovem, de dez a 14 anos, na qual a proporção de analfabetos foi de 0,9% para 1,3% e no grupo de 18 anos ou mais, de 6,1% para 6,2%. Na de 15 a 17 caiu (0,8% para 0,7%) e nas demais se manteve em 5,8% (15 anos ou mais). No sul, o quadro foi estável: em 2007 e 2008, 5% dos habitantes se dizem analfabetos.

Outra região onde houve alta foi a Centro-Oeste, de 7,3% para 7,4%. No Mato Grosso, por exemplo, a taxa de crianças entre quatro e cinco anos foi de 50,8%, média bem acima da nacional, que pontua 27,2%. Em comparação com o ano anterior, houve um pequeno aumento, de 1,3%. Na faixa etária de seis a 14 anos, a taxa de alfabetização no estado não se alterou de 2007 para 2008, mantendo-se em 96,3%.

De 15 a 17 anos, o índice de progressão foi de apenas 0,9%, chegando a 80,5% de pessoas que sabem ler e escrever. Entre os 18 e 24 anos a média de escolarização de Mato Grosso superou a nacional, com 34%, enquanto no Brasil foi de 30,5%, um aumento de 6,2% em relação à pesquisa anterior. Segundo especialistas, os programas voltados para a educação de jovens e adultos têm sido pouco eficazes no combate ao analfabetismo.

A Pnad considerou analfabetos aqueles com cinco anos ou mais que não sabem ler nem escrever um bilhete. O ministro da educação, Fernando Haddad, questionou os dados. Ele disse que queda de apenas 0,1% na quantidade de analfabetos com dez anos de idade ou mais é um ponto fora da curva na taxa média de redução dos últimos anos. O órgão já entrou em contato com o IBGE para revisar as informações. De acordo com o ministro, se o número estiver correto, o Brasil dificilmente atingirá a meta de reduzir até 2015 para 6,7% o índice de analfabetismo no país. “Ainda estamos tentando entender o que aconteceu antes de fazer um diagnóstico”, afirmou.

 

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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