Uma pesquisa realizada em 14 países, incluindo o Brasil, apontou que a distribuição de brinquedos com sanduíches é a principal estratégia das redes de fast food para atrair crianças e tal prática pode contribuir com a obesidade infantil.
Coordenado pela Consumers International (federação que reúne organizações de defesa do consumidor), o estudo analisou a estratégia de marketing das linhas infantis e recomendou que os brindes das redes de fast food não sejam mais distribuídos com os lanches.
No Brasil, o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), que coordenou a pesquisa, incluiu três outras grandes redes. A pesquisa também analisou a quantidade de calorias, gordura, gordura saturada e sódio dos lanches promocionais para crianças. Concluiu que nos produtos das cinco redes estudadas no Brasil havia quantidade de sódio pelo menos duas vezes maior do que o recomendado para crianças de sete a dez anos. Todos também tinham ao menos um terço da quantidade de calorias e de gorduras de que elas necessitam por dia.
Apesar de concordar que os brindes dados pelas redes de fast food estimulam o consumo dos alimentos calóricos, o endocrinologista do hospital Sírio-Libanês José Marcondes também credita a responsabilidade pelo consumo dos produtos à própria família.
A conselheira do Conselho Federal de Psicologia, Roseli Goffman, lembra que os pais também estão acostumados com a publicidade, o que ajuda a tornar as crianças mais suscetíveis aos produtos.
Isabella Henriques, coordenadora geral do projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, ONG que trabalha em defesa dos direitos das crianças, também concorda que o controle é um dever da família, mas também do Estado e da sociedade. Ela defende proibição da propaganda para crianças com menos de doze anos.
Fonte: Folha de São Paulo (SP)
Precisamos urgentemente atentar para a seriedade desse assunto. Que tipo de adultos estamos construindo? Somente consumidores? Quem compra os brinquedos?O problema da obesidade é mundial, caso de saúde pública. Que ironia, não? Num país (no caso do Brasil) onde a fome ainda é um dos principais problemas, vemos a questão da obesidade infantil aumentar e em proporções cada vez maiores. O problema é de todos nós. Vamos nos educar. Comecemos nós, os “adultos”!!!