enadeO ministro da Educação, Fernando Haddad, disse ontem (06) que as questões do próximo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), no fim do ano, já serão formuladas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) e não mais pela empresa contratada para aplicar o teste.

No Enade de 2009, 54 questões, um total de 7%, foram excluídas por falhas nas perguntas ou respostas. O ministro considerou inaceitável o índice de anulações. A margem de tolerância, segundo ele, não deve ultrapassar 3%.

 Fonte: O Globo (RJ); Jornal do Commercio (PE); A Crítica (AM)

O principal objetivo do Enade é acompanhar o processo de aprendizagem e o desempenho
acadêmico dos estudantes em relação aos conteúdos curriculares da graduação.

 Os resultados poderão produzir dados por instituição de educação superior, categoria administrativa, organização acadêmica, município, estado e região.

Assim, serão constituídos referenciais que permitam a definição de ações voltadas para a melhoria da qualidade dos cursos de graduação, por parte de professores, técnicos e dirigentes.

No entanto, fico pensando até que ponto esses dados são realmente aproveitados para a melhoria da educação superior. Não vemos mudanças significativas nos currículos. Por exemplo, como podem os cursos de licenciatura não incluírem em suas grades disciplinas voltadas para o uso da tecnologia em sala de aula?

Aí quando vemos empilhados vários computadores, culpamos educadores, governos, dirigentes educacionais e esquecemos da formação básica. Ontem mesmo publiquei aqui um post sobre a distribuição de laptops em salas de aulas. Quem usará? Como? Por que?

Temos que pensar a educação na sua base. A sustentação só será possível se pensarmos globalmente. De nada adianta equipar se não tem quem saiba utilizar.

Um exame como o Enade, em minha opinião,  se torna inválido quando ainda existem milhões de cursos que não exigem uma monografia para sua conclusão. É difícil pensar em educadores que não conseguem ter uma produção mínima de escrita e leitura. E é na prática que aprendemos mesmo. Uma prova como essa, pode até medir os conhecimentos ainda bancários de nossa educação, mas na prática, torna-se mais uma avaliação sem contexto.

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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