Alunos que ingressam nas escolas particulares chegam à primeira série com larga vantagem em relação aos de escolas públicas. Esta é uma das conclusões de um estudo pioneiro no Brasil, o Projeto Geres, que acompanhou 20 mil alunos, entre 2005 a 2008, em Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Campinas, Campo Grande e Salvador.

Os estudos mostram também que o uso efetivo do livro didático em sala de aula está associado a melhores notas. Para a pesquisadora da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e uma das coordenadoras do projeto, Fátima Alves, é preciso investir mais na educação infantil (creches e pré-escolas) para diminuir essa desigualdade inicial.

Fonte: Folha de São Paulo (SP), Antônio Góis

a-menina-que-roubava-livros-2A educação infantil é o pilar para a educação de qualidade e igualitária. A criança começa a entender que não está sozinha e que o mundo é maior que sua casa, que existem muitas outras pessoas e que todas são diferentes delas e de seus pais.

É nessa fase que as crianças aprendem as noções de sociabilidade, visão sistêmica, global e agrupamento.

Os jogos, as brincadeiras e a convivência com as primeiras letras e números fazem com que o universo infantil seja ampliado para receber e coordenar os conteúdos curriculares dos anos posteriores.

Por isso, é importante que o Ministério da Educação regulamente e uniformize as séries inciais, para fortalecer o ensino e diminuir as desigualdades entre as regiões e entre as redes públicas e privadas.

O ensino deveria ser de qualidade, independente da esfera onde se desenvolve. Quem paga mais tem mais e melhor? É uma lógica invertida, já que todos pagamos impostos e temos direitos e deveres.

Achei interessante a observação feita atarvés da pesquisa sobre o livro didático. Ainda temos a necessidade de ir criando pilares de sustentação para o ensino e, pior, fazer desses pilares referências estanques. Fazemos isso com os educadores, com os livros didáticos e com a escola física. Enquanto não compreendermos que a educação é global, vamos criando os mesmos “mitos” com nomes diferentes.

Eu posso me educar em qualquer lugar. Tudo é fonte de ensino e aprendizagem. O que deveria ser direcionado é a utilização de cada fonte. Um filme, uma música ou o jornal pode ser muito mais educativo do que uma cartilha, um livro, uma tabuada (ainda existe?).

Por onde começar esse nivelamento entre as escolas públicas e privadas? Que tal pela qualificação e remuneração dos educadores? Seria um grande passo!

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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