A data do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 será anunciada em breve pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC).
A informação foi dada pelo ministro da Educação, Fernando Haddad, após participar de audiência pública sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), em São Paulo.
Sobre melhorias no processo seletivo, o ministro limitou-se a dizer que o Inep tem uma equipe permanente para blindar o exame.
Segundo ele, os erros ocorridos nas duas últimas edições da prova se devem a uma infelicidade na contratação da gráfica, onde ocorreu o vazamento do exame, em 2009, e houve problemas de impressão, ano passado.
Fonte: Correio do Povo (RS)
“Se educar é preparar para a vida, não é possível uma vida boa sem uma boa educação.
O fracasso escolar cresce no meio de muitos jovens e isso preocupa ainda mais quando vemos que esse é um solo de cultivo perfeito para o fracasso existencial entre os jovens. Vários podem ser os remédios eficazes, mas penso que todos devem ter em comum uma condição imprescindível: chegar a tempo.
A IMPORTÂNCIA DE CHEGAR A TEMPO
Tenho visto entre os meus alunos vários casos de adolescentes que começam a entortar apesar da sua boa cabeça e do seu bom ambiente familiar. Descrevo e resumo uma má evolução típica: Problemas de relacionamento com colegas de classe, ou a má influência de alguns, produzem num rapaz ou numa moça de treze anos a perda de concentração no estudo e baixo rendimento. Esse fracasso os distancia dos seus pais. A frustração cresce e se tenta paliá-la com a bebida, com brincar com as drogas e com relações sexuais ocasionais com colegas de perfil parecido. À idade de vinte anos, a vida desses jovens pode ser já um completo caos, e acodem ao psiquiatra com um quadro mais ou menos agudo de alcoolismo, de dependência de drogas e de depressão. Nesse momento a solução talvez já seja difícil, mas quando tinham treze anos teria sido fácil. A pergunta que se impõe é: O que poderíamos ter feito naquela altura para não ter de chegar agora a tais extremos? Poderíamos ter chegado a tempo?
Poderíamos ser tachados de alarmistas, se não fosse o fato de as estatísticas da Organização Mundial da Saúde afirmarem que o suicídio é a primeira causa de morte entre os jovens de 18 a 24 anos. Infelizmente, diversos estudos em países ocidentais atestam que uma em cada cinco crianças apresenta problemas psicológicos sérios, e que um em cada seis jovens de 20 anos apresenta sintomas de embriaguez crônica.
Só na França, fogem de casa por ano mais de cem mil adolescentes. Esses e outros dados igualmente dramáticos, longe de serem inevitáveis, são a demonstração de que a família e a escola chegam tarde demais, quando muitas vidas podem já estar arruinadas, ou à beira disso.
Diversas instituições estatais tentam sanear e diminuir essas situações com campanhas preventivas de informação. Mas a experiência mostra que a informação sozinha, mesmo sendo positiva, é muito insuficiente. Entre outras coisas porque a origem do problema não está na droga, no álcool, no sexo irresponsável ou no fracasso escolar, mas nas crises afetivas que tantos jovens atravessam, e que os leva a buscar o falso refúgio dessas condutas.
Por isso, a verdadeira eficácia estaria na prevenção, e prevenir significa eliminar a raiz. Uma raiz complexa, onde se entrelaçam fatores tais como a herança genética, a família, o centro educativo e o ambiente social. Se houver uma solução para essa complexidade, terá de ser uma solução educativa, pelo lado do desenvolvimento afetivo. Platão disse que toda educação poderia ser resumida em ensinar ao jovem quais prazeres deve aceitar e quais rejeitar, e em que medida. Adaslair Macintyre traduz assim o conselho platônico: “Uma boa educação é, entre outras coisas, aprender a desfrutar fazendo o bem, e a sentir desgosto fazendo o mal”.
FALTA DE AUTORIDADE E SÍNDROME LÚDICA
Já dissemos que a boa vida está necessariamente condicionada pela educação recebida. As mais recentes análises e reportagens sobre o mundo escolar detectam dois pontos por onde a nossa educação está fazendo água: a falta de autoridade e a síndrome lúdica. Trata-se de dois pontos fracos que impedem ou comprometem seriamente uma educação de qualidade. Em minha exposição, seguirei de perto o magnífico ensaio Os limites da educação, publicado por Mercedes Ruiz Paz em 1999.
Dizer que toda educação requer autoridade é quase um simplismo. Refiro-me a uma autoridade que não é o autoritarismo da violência física ou da humilhação, mas o prestígio capaz de garantir uma ordem básica. Uma ordem que requer uma informação moral precisa sobre o que está bem e o que está mal, para que a norma de conduta não seja a ausência de qualquer norma: o vale-tudo.
No mencionado ensaio, a autora explica que a autoridade supõe transmitir a obrigatoriedade de certas pautas e valores fundamentais, de certos critérios que ajudarão a construir personalidades equilibradas, capazes de agir com liberdade responsável. Coisa que no fundo não é tão difícil.
Todos entendemos que a autoridade deve ser primeiramente exercida e aprendida na família. E também sabemos que isso nem sempre acontece. Assim como existe um pensamento débil, existe um modelo depaternidade débil, que é mais capaz de “vender os filhos ao diabo” do que arriscar-se a ser tachado demagogicamente de tirano ou repressor. Mas educar também é reprimir o que haja de indesejável numa conduta.
Nestes últimos anos, muitos pais e professores se evadem dessa responsabilidade tratando seus filhos e alunos de igual para igual, como se fossem colegas ou amigos da escola, sem compreenderem que a educação não é nem deve ser uma relação entre iguais. Com os filhos, por exemplo, não se discute se é ou não necessário dar-lhes assistência médica: os pais são responsáveis de lhes dar essa assistência sem discussão.
É um erro atribuir à autoridade a possível infelicidade de um filho ou aluno. O que na verdade ocorre é o contrário. Uma correta autoridade faz a criança e o jovem sentirem-se queridos e seguros, pois notam que são importantes para alguém. Mafalda – a célebre personagem das histórias em quadrinhos de Quino – sente a autoridade dos seus pais em questões tão cotidianas como a obrigação de tomar sopa, que ela detesta. Um dia, estando sozinha no seu quarto, fala: “Mamãe?”. E esta lhe diz: “Que foi?”. A menina responde: “Nada. Só estava querendo confirmar que existe pelo menos uma boa palavra que ainda está em vigor”.
Os especialistas em Psicologia infantil costumam explicar que os pais decepcionam a criança se a deixam fazer tudo o que quer, entre outras cosas porque essa sua equivocada tolerância irá transformar a criança num pequeno tirano antipático. Contudo, existem adultos que parecem obstinados em proporcionar às crianças e aos jovens uma felicidade absoluta e constante; e sobre esse erro se monta um outro ainda mais crasso: o de uma permissividade e impunidade quase completas. Qualquer preço lhes parece pequeno contanto que possam desfrutar da harmonia na família ou na escola. Mas uma harmonia conseguida à custa de todo tipo de concessões está montada sobre um barril de pólvora, pois a criança e o adolescente são por natureza insaciáveis.
Até aqui, o enfoque errado a respeito da autoridade. Outro enfoque errado típico da educação atual é a chamada síndrome lúdica. Como exemplo poderia ser citado o daquela escola pública que começava a exposição do seu projeto educativo para o ano 1995-96 com estas palavras: “Nosso principal objetivo é que os nossos meninos e meninas sejam felizes.”. Além de ser uma enorme ingenuidade, uma declaração de intenções como essa nem sequer é discutível, pois a atividade principal de um centro escolar não é nem deve ser a lúdica, e menos ainda quando observamos que o nível acadêmico de muitos colégios está ao rés do chão, enquanto vão sendo transformados em ludotecas ou ateliês de artesanato. Se há alguns anos os inspetores ou diretores da escola podiam questionar o professor cujos alunos aos seis anos ainda não sabiam ler, hoje suspeitam do professor cujos alunos já sabem ler com essa idade. (”O que será que ele andou fazendo? Pobrezinhos, como foram forçados!”)
A síndrome lúdica, paralela ao desprestígio do esforço pessoal, tem raízes profundas na nossa sociedade. Se os políticos costumam ver nas pessoas eleitores, a economia capitalista as reduz à condição de compradores, e concentra a sua publicidade em conseguir que os seus clientes gastem o máximo para poderem levar uma vida cômoda e prazerosa. humanos Isso costuma produzir uma sociedade integrada por tipos adolescentes, compulsivos, pouco dados à reflexão e alérgicos a qualquer tipo de responsabilidade. Essa situação, aplicada ao nosso país, fez com que Umbral dissesse que as pessoas são “de shopping center“. Se isso é assim, além dos lucros astronômicos dos shopping centers, no terreno educacional – diz Mercedes Ruiz – nos deparamos com adultos que são adolescentes educando outros adolescentes, todos mais ou menos dominados por uma síndrome lúdica que impede o amadurecimento dos alunos.
Os responsáveis por essa ludopatia são os pais, na medida em que explicam o colégio para os seus filhos mais jovens como sendo um lugar para brincar com os amigos e divertir-se. Corrigir essa forma errada de ver as coisas pode custar ao professor não digamos sangue, mas sim suor e lágrimas, e no pior dos casos pode ser que ele não o consiga. O garoto deve saber que vai para a escola para aprender, que só se aprende com esforço, que esse esforço vale a pena e é gratificante, e que não deve confundir o âmbito familiar com o escolar. O colégio não é uma extensão do lar, e por isso o aluno não pode se levantar, conversar ou mascar chiclete quando lhe dê vontade. Atualmente, “se o aluno não chegasse à escola com critérios e referências tão equivocados, o professor não teria que perder tanto tempo para colocá-lo naquela situação de civilidade e sossego mínimos a partir da qual o ensino começa a ser possível”.
A crise de autoridade e a confusão entre aprendizado e brincadeira são aliadas perfeitos para que na classe se gere um clima de indisciplina que não beneficia ninguém e prejudica todos. Qualquer professor admite que hoje vinte alunos por classe são mais difíceis do que quarenta há dez anos. E esse mesmo professor não se sente respaldado pelos pais dos seus alunos: sabe que com freqüência não é apresentado aos olhos das crianças e dos jovens como uma pessoa que merece respeito, deferência e atenção. “Agora o problema é que uns garotos que ainda estão por civilizar, que ainda não têm suficientes conhecimentos, que mal se desenvolveram emocionalmente, e que estão forçosamente carentes de critérios, têm como única informação recebida a de poderem criticar e denunciar tudo o que contrarie o seu parecer”.
Essa situação também tem a sua explicação nos tempos que correm. O mundo mudou muito e rápido. Modos tradicionais de ver a vida e de vivê-la talvez não tenham perdido a validade como os iogurtes, mas perderam a sua vigência. Daí se costuma chegar à falsa conclusão de que tudo é relativo, e então deixa de ter sentido aconselhar os filhos e alunos sobre condutas e valores. Desse modo muitos pais ficam bloqueados e não exercem ações positivamente educativas.
Por outro lado, a sensação de que seus pais se enganaram a seu respeito recorda-lhes que eles também podem se equivocar com seus próprios filhos, e essa possibilidade faz com que encarem a educação pelo lado negativo – o que é que não querem para os seus filhos -, deixando assim de elaborar um modelo de referência positivo para ser transmitido com o próprio exemplo. Enquanto isso, os filhos flutuam na indiferença e se movem entre o desconcerto e a desorientação.
ENFOQUES CORRETOS
Dissemos que não é possível a boa vida sem uma boa educação. Mas quem estabelece as linhas mestras da educação? Quem define quais são as coordenadas de uma educação de qualidade? Só há uma resposta: a família e as instituições educativas, respeitando sempre a própria tradição cultural. A família em primeiro lugar, porque os filhos são filhos de seus pais e não do colégio nem do Ministério da Educação.
Embora nem sempre concordem de fato, os pais, os colégios e o Ministério da Educação deveriam concordar em escolher, entre os diferentes modelos educativos, aqueles que sejam os melhores. Ao longo de 25 séculos de Civilização Ocidental, apareceram modelos educativos que ganham por esmagadora diferença dos outros, e configuram essencialmente a nossa cultura. Modelos integrados por certos traços fundamentais que passarei a comentar.
Trata-se de traços ou qualidades que derivam diretamente da condição humana: vestem-na com um traje sob medida e permitem o seu pleno desenvolvimento. Desde Aristóteles define-se o homem como sendo animal racional e animal social. Pois bem: a melhor educação da razão consiste em capacitá-la para descobrir o bem e pô-lo em prática. A inteligência que descobre o bem se chama consciência moral (primeiro traço) e a passagem da teoria à prática do bem realiza-se por meio da prudência (segundo traço).
Como a realização do bem costuma ser árdua, o terceiro dos traços educativos fundamentais é a fortaleza, esforço por conquistar e defender aquilo que vale a pena. Além disso, a animalidade que faz parte da nossa constituição fornece à conduta humana um recurso fundamental: o prazer. A educação do prazer – a sua administração racional – constitui o quarto traço indispensável a toda boa educação: chama-se autocontrole, domínio de si, temperança.
Um quinto traço é a justiça, que prescreve o respeito aos direitos dos outros e torna possível a própria existência da Sociedade. A justiça se concretiza nas leis: nas regras do jogo que nos permitem sair da selva e viver nos domínios da dignidade. Educar os jovens no sentido da justiça e no controle do prazer não é algo que tenha mais ou menos importância: Aristóteles afirma que tem uma importância absoluta.
A consciência moral, a prudência, a justiça, a fortaleza e a temperança são qualidades descobertas pelos gregos. Estão esboçadas em Homero e as encontramos em Sócrates, em Platão e em Aristóteles de forma explícita. Basta citar o mito platônico do carro alado ou a Ética a Nicômaco. Essas cinco qualidades são herdadas pelos romanos e pela Europa cristã. Além disso o cristianismo acrescenta outras três qualidades ou virtudes que se referem diretamente às relações do homem com Deus: me refiro à Fé, à Esperança e à Caridade.
Dizia Pascal – filósofo e matemático – que a última fase da razão é notar que existem muitas coisas que a ultrapassam, e que precisamente por isso é muito razoável crer. Nesse mesmo sentido afirma Josef Pieper, um dos melhores filósofos alemães do século XX, que “poderia muito bem ocorrer que a raiz de todas as coisas e o significado último da existência só possam ser contemplados e pensados por aqueles que crêem”.
A Esperança em Deus é a qualidade necessária para o equilíbrio psicológico do único animal que sabe que vai morrer. E a Caridade é a forma de amar mais adequada à dignidade humana: com palavras de Borges, é ver os outros como o próprio Deus os vê.
Uma mãe contou-me, certa vez, que se reuniu com o marido, já tarde da noite, para tratar de um problema com o filho: o garoto não obedece. Depois de uns minutos de conversa e, sem nenhuma conclusão, o pai disse: “mas não há muito que se preocupar, faltam apenas dez dias de férias. Com a volta às aulas, quem sabe a escola dá um jeito nele…”.
O problema proposto e a forma com que se buscou a solução nos permitem fazer uma indagação: a quem cabe a responsabilidade pela educação dos filhos, aos pais ou à escola?
O Estatuto da Criança e do Adolescente, muito sabiamente, consagra em seu artigo 19 que toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família. E digo que é sábia essa norma porque penso que os pais são os principais educadores de seus filhos. E isso é assim porque existe uma relação natural entre paternidade e educação. A paternidade consiste em transmitir a vida a um novo ser. A educação é ajudar a cada filho a crescer como pessoa, o que implica em proporcionar-lhes meios para adquirir e desenvolver as virtudes, tais como a sinceridade, a generosidade, a obediência, dentre muitas outras.
Os filhos nascem e se educam em uma família concreta. A família é uma atmosfera que a pessoa necessita para respirar. Entre seus membros costuma haver laços de afeto incondicionais que fazem um ambiente propício para que a educação se desenvolva. Nesse sentido, é ela essencial para a formação da pessoa. Os valores que se cultuam no lar irão marcar de forma indelével o homem e a mulher da amanhã.
Muito bem, mas se a função primordial na educação cabe aos pais, o que compete à escola? Ou, mais ainda, como essa pode ajudar os pais na educação dos filhos?
É natural que os pais deleguem algumas funções educativas à escola, como por exemplo, o ensino das várias disciplinas apropriadas a cada faixa etária, mas daí não se pode concluir que possam abandonar essas funções delegadas. Aliás, somente se delega aquilo que é próprio. E em sendo delegada tal atribuição, cabe aos pais acompanhar como está sendo desempenhada.
Um ponto essencial nessa relação entre os pais e a escola é cuidar para que haja coerência entre a educação que se desenvolve no colégio e o que os pais ensinam em casa.
Essa consideração de que os pais ocupam lugar de primazia na educação dos filhos não coloca a escola num segundo plano na função educativa. Pelo contrário, as instituições que reconhecem o papel da família, sem o que a formação que proporcionam não terá eficácia, cuidam de desenvolver também uma educação voltada para os pais. As imensas dificuldades que eles enfrentam em educar os filhos no mundo moderno devem despertar as escolas para que passem a ajudá-los, dando-lhes conhecimentos acerca de como devem atuar na formação dos filhos.
Não há dúvida de que ser pai e mãe hoje implica em ser profissional da educação. Isso significa que têm de se adiantarem aos problemas naturais de cada idade dos filhos. Por exemplo, é muito comum que enfrentem dificuldades em fazer com que as crianças durmam sozinhas nos primeiros anos de vida, assim como são muito freqüentes as crises de rebeldia na adolescência. Diante disso, a escola, como colaboradora da família, deve estar preparada para dar formação aos pais, auxiliando-os com conhecimentos técnicos e com um acompanhamento personalizado nessa difícil tarefa de educar.
Em vários países há instituições de ensino que têm adotado um programa que consiste em manter contatos periódicos entre os pais e os professores. E isso ocorre não apenas quando o filho quebra a vidraça do colégio, mas mesmo que não haja nenhum problema aparente. Trata-se de reconhecer o que há de bom em cada aluno e, a partir disso, traçar um plano pessoal de melhora, com atuações concretas a serem implementadas em casa e na escola. Os resultados têm sido bem interessantes.
Para isso é necessário, porém, que se admita a importância dos pais na educação, e que a escola, colaboradora desses, os ensinem a educar, atuando ambos coerentemente em uma mesma direção.
O PROFESSOR sempre dedicou à atividade docente. Ele foi e continua sendo um apaixonado por esta profissão. Desde garoto, quando ele “tomava as minhas lições” e ao levar-me para a sala de aula, porque não tinha com quem deixar-me, comecei a perceber a beleza da atividade docente e o respeito dos alunos para com O PRFESSOR. Os pais dos alunos contribuíam para o aprendizado e o respaldo das decisões em sala de aula. De lá para cá os tempos mudaram e o respeito pelo professor diminuiu.
Estou falando sobre esta particularidade, para ressaltar a importância dos professores em nossas vidas. Os pais são os nossos primeiros mestres. Uma boa parceria começa pelo respeito de todos. É muito triste saber das agressividades físicas e verbais que alguns dos nossos professores estão sendo vítimas.
As sugestões que relacionamos são destinadas aos jovens e podem ser adaptadas aos mais experientes:
1) A escola é o melhor local para aprendermos sobre as duras lições da vida. Nela nós encontramos um resumo do extrato social em que estamos inseridos e, ao chegar ao mercado de trabalho, teremos contatos com pessoas muito semelhantes – agressivas, amáveis, tímidas, extrovertidas, bom caráter, mau caráter – aproveite para observar o comportamento humano e entender os problemas a partir da percepção do outro. Aceite e compreenda as idéias divergentes.
2) Além de ensinar ou facilitar a aprendizagem da sua matéria, o professor é uma fonte viva de aprendizagem comportamental. A sua experiência de vida, convivendo com situações bem-sucedias e frustrantes, pode lhe ser útil. Aproveite os momentos em sala de aula e fora dela para falar sobre os seus medos e angústias em relação ao futuro. Muitas vezes, o professor é o nosso confidente, conselheiro e amigo. Com ele falamos sobre assuntos que temos receio de abordar junto aos familiares.
3) Seja o professor do seu professor. A vida é um processo de troca. Que tal ajudá-lo a entender um pouco mais sobre a informática e os recursos tecnológicos que você domina? Os jovens do Século XXI estão se tornando Multiplicadores do Conhecimento em suas residências, ao inserirem os seus pais e demais familiares no mundo digital.
4) Concentre-se ao máximo nas aulas, pois ali pode estar o “pulo do gato”, a diferença que fará a diferença sobre os temas em debate. Evite a dispersão e o uso de celulares, Ipod e outros equipamentos. Se a aula não estiver motivadora ou a didática do professor não for das melhores, procure dar sugestões.
5) Ao estudar os assuntos, faça conexões dos mesmos com a sua vida prática. Se você estiver estudando português, analise de que maneira falará e escreverá melhor. Esta habilidade é imprescindível para o mundo dos negócios e dos relacionamentos. Enxergue além do óbvio de cada assunto debatido em sala.
6) Envolva os seus pais no processo de aprendizagem. É ótimo para você e excelente para eles. A família que estuda unida, permanece unida. Conheça as habilidades e competências dos seus pais e como eles trabalham. Faça sugestões para que melhorem os conhecimentos, a exemplo do uso da informática e do português. Peça sugestões aos seus pais sobre assuntos que você ainda não domina e fale sobre as suas angústias. Além de filho, seja um parceiro dos seus pais.
7) Use a criatividade para solucionar problemas. Conheça as dificuldades da sua escola e dê sugestões para melhorar. Participe do Grêmio Estudantil. Além de aprender sobre relacionamentos e liderança, você será exemplo para os demais colegas.
Basicamente, temos duas maneiras de aprender na vida: uma pelo amor e outra pela dor. Caso você deixe passar a oportunidade de estudar e aprender coisas úteis, tenha certeza de que no futuro próximo, terá que aprender “natoralmente”. Às vezes as oportunidades desperdiçadas retornam. Na sua maioria, elas não voltam, bem como a sua juventude. Aproveite enquanto é tempo e as circunstâncias estão favoráveis.
Lembre-se de que nada pode substituir o seu esforço e o desejo ardente de estudar e de aprender coisas novas. É claro que é fundamental a qualidade da aula e do professor. Porém, somente você pode estar receptivo à aprendizagem.