Na Somalilândia, região somali autoproclamada independente, a maioria das mulheres de mais de 25 anos sofreu em sua infância a mutilação genital extrema, para, supostamente, permanecerem puras, mas a prática é cada vez mais criticada.

A mutilação aplicada nessa região do extremo noroeste da Somália associa excisão e infibulação: ablação do clitóris e dos pequenos lábios, corte na vulva e costura dos grandes lábios. É deixado apenas um pequeno orifício para que as meninas possam urinar e mais tarde para a menstruação.

A operação costuma ser realizada com uma navalha de barbear quando a menina tem entre 5 e 11 anos e não utiliza anestesia. Elas ficam “costuradas” até o casamento. A vagina voltará a se abrir com as relações sexuais ou com a ajuda de tesouras. Na região, as consequências desta operação (infecções renais, urinárias, dores, sangramento, complicações no parto) começam a desprestigiar a prática, sobretudo na cidade de Hargeisa.

“As coisas mudam. Agora há homens que estão dispostos a se casar com meninas que não tenham sido cortadas”, diz Mohamed Said Mohamed, chefe de um bairro dos arredores de Hargeisa. “Nossa religião não tolera isso”, acrescenta.

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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