Um levantamento do PMA (Programa Mundial de Alimentos), da ONU (Organização das Nações Unidas), revelou que, em todo o mundo, uma a cada cinco crianças matriculadas em escolas recebe refeições quando vai estudar. Ao todo, segundo o estudo, 386 milhões de alunos são beneficiados por programas de alimentação escolar que contribuem para aumentar a frequência e a matrícula em instituições de ensino, além de melhorar a nutrição e a saúde.

O número engloba tanto quem depende unicamente da merenda escolar quanto quem se alimenta em casa — e mesmo o aluno que leva uma complementação para se alimentar em casa. Da mesma maneira, entre os quatro quintos que não têm merenda na escola, há desde países com carência nesse segmento, àqueles em que as crianças e os jovens não necessitam dessa alimentação — ou por a levarem de casa ou por terem acesso a cantinas nas unidades escolares, por exemplo.

O levantamento foi publicado pelo PMA juntamente com o Banco Mundial e a Parceria para o Desenvolvimento da Criança, da Imperial College London. Uma das 14 nações avaliadas pelo estudo, o Brasil foi elogiado por vincular a alimentação escolar à compra de produtos da agricultura local. Em todo o País, 30% do orçamento para refeições em centros de ensino deve ser utilizado para adquirir alimentos de agricultores familiares.

Para o PMA, os programas de alimentação escolar mais sólidos e sustentáveis são os executados em âmbito local e que incorporam alguma forma de benefício familiar ou comunitário, como contribuições em dinheiro ou doação de trabalho ou alimentos.

É esse modelo, na avaliação do programa, que permite à alimentação escolar ultrapassar o ambiente das escolas e beneficiar grupos tradicionalmente excluídos dessas iniciativas, como os pequenos produtores do meio rural.

Ainda conforme o levantamento,  os benefícios à saúde dos estudantes podem ser tanto de longo prazo quanto de curto prazo. Em Gana, por exemplo, as refeições servidas nas escolas são fortificadas com micronutrientes para combater a desnutrição entre os alunos. Já no Chile, os programas de alimentação escolar ensinam crianças a escolherem os alimentos mais saudáveis como forma de combate à obesidade.

Por outro lado, o relatório alertou também para a falta de informações sobre os impactos da alimentação escolar: para os autores do estudo, poucas avaliações foram realizadas sobre suas consequências para agricultores familiares, o desenvolvimento local, os hábitos alimentares e para a qualidade dos alimentos e condições sanitárias. O material ainda chama atenção para o aumento da participação de organismos privados em programas de alimentação escolar.

Fonte: UOL Notícias

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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