Um levantamento exclusivo feito pela GloboNews nas sete maiores capitais brasileiras mostra que mais de 200 mil crianças de até 3 anos estão fora das creches por falta de vagas. E São Paulo lidera o ranking dos munícipios, onde mais de 130 mil crianças estão na fila de espera. O segundo lugar é ocupado pela cidade do Rio de Janeiro com déficit aproximado de 25 mil vagas.

O problema não é apenas educacional, mas também social, porque, enquanto a mãe não consegue matricular a criança na creche, ela também não consegue procurar um emprego. Mães que já estão na fila por mais de 2 anos chegam a recorrer à justiça para conseguir uma vaga.

O levantamento abrange as maiores capitais do país, das cinco regiões.  Na Região Metropolitana de São Paulo, dados de 35 das 38 cidades do entorno da capital mostram que 68 mil crianças estão à espera de vagas. Na maior cidade da América Latina, 133 mil crianças estão sem creche. Mas São Paulo também tem a maior rede atendida, com mais de 283 mil alunos matriculados nas creches.  Nos últimos quatro anos, foram criadas quase 83 mil novas vagas. Ainda assim, a fila só cresce.

Depois de São Paulo e Rio de Janeiro, aparece Belo Horizonte no ranking. No Distrito Federal, o déficit de vagas é de 21 mil; em Manaus, são cerca de 200. Em Salvador, 2.635 crianças estão na fila de espera. Apesar de não ser a última do entre as maiores capitais, Brasília proporcionalmente tem o maior déficit. A fila de espera, com 21 mil crianças, é maior do que a própria rede matriculada, que soma cerca de 16 mil crianças.

Na Zona Sul da capital paulista, a espera por uma vaga por durar até 2 anos. Cerca de 1.500 ações judiciais são ajuizadas todos os meses pela Defensoria Pública, com pedido de vagas em creches na cidade. No posto de atendimento da Defensoria, todos os dias, são atendidas 70 mães que querem pedir vaga na Justiça.

A carência prejudica a família e a criança. “Esse início da trajetória escolar é fundamental para a criança. Ali ela começa a ter o desenvolvimento cognitivo estimulado”, explica Priscila Cruz presidente executiva de Todos pela Educação. Ela acrescenta que a responsabilidade não deveria ser só da Secretaria de Educação: “Creche não é só educação. É saúde, é assistência. É uma série de outras políticas que deviam ser integradas para suprir essa demanda toda”, defende.

Fonte: Globo News

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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