Garantir que meninas refugiadas tenham acesso à educação é crucial para o seu empoderamento e para a prosperidade de suas famílias e comunidades. Se todas as meninas refugiadas estudarem, suas famílias e comunidades terão mais chances de melhorar sua posição social e econômica. Quanto maior o nível de educação, maiores são os benefícios.

A escola significa rotina, normalidade, propósito e tempo longe das pressões da vida de refugiado — importante para meninas e meninos, mas, em alguns casos, especialmente para as meninas, que são vulneráveis à exploração e violência sexual e de gênero.

Ao aprender sobre seus direitos e como reivindicá-los, refugiados são capacitados. A educação fortalece a resiliência diante dos enormes desafios que as pessoas que foram forçadas a sair de suas casas enfrentam.

A educação também é protetora. Ela reduz a vulnerabilidade das meninas à exploração, violência sexual e de gênero, gravidez na adolescência e ao casamento infantil.

Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), se todas as meninas concluíssem a escola primária, o casamento infantil cairia em 14%. Se todas terminassem o ensino médio, o número cairia em 64%. Para meninas e mulheres refugiadas que enfrentam os riscos crescentes que vêm com o deslocamento forçado, a educação é particularmente importante.

Pesquisas da UNESCO mostram que mães instruídas têm maior probabilidade de matricular seus filhos na escola, especialmente suas filhas, e são mais propensas a apoiá-las a obter educação de nível secundário e superior.

Quanto mais as meninas avançam com a escolaridade, mais elas desenvolvem habilidades de liderança, empreendedorismo e autoconfiança — qualidades pessoais que ajudarão as comunidades a florescer enquanto se esforçam para se adaptar aos países de acolhida ou reconstruir suas próprias casas.

Além disso, a pesquisa da UNESCO mostra que um ano adicional de escola pode aumentar o salário da mulher em até um quinto. Tal benefício é sentidos por todos — em países onde a educação é igual para ambos os sexos, a renda per capita é aumentada em 23%. O tempo de uma menina refugiada no exílio deve ser considerado como uma oportunidade para desenvolvê-la e treiná-la.

Se todas as mulheres recebessem educação primária, as mortes infantis por diarreia, malária e pneumonia cairiam, como mostram inúmeros estudos. Mortes por diarreia, por exemplo, a terceira causa mais frequente de mortalidade infantil, seriam reduzidas em 8% se todas as mães completassem o ensino fundamental ou em 30% se tivessem educação secundária, de acordo com a UNESCO.

Essas ameaças são particularmente perigosas em situações de deslocamento. É mais provável que mulheres instruídas estejam cientes de onde encontrar ajuda profissional — algumas delas podem salvar vidas — quando estão grávidas ou como mães. Quanto mais as mulheres estudam, mais elas são conscientes sobre os benefícios da nutrição e do saneamento.

Se continuarmos a negligenciar a educação de meninas refugiadas, as consequências serão sentidas por gerações. É hora de fazer disso uma prioridade. Junte-se a nós em defesa da educação de meninas refugiadas!

FONTE: ONU

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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