Imagem: Os médicos Edmar Maciel, Odorico Moraes e Marcelo Borges (Foto: Acervo de Marcelo Borges)

O coordenador do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento de Medicamentos (NPDM) da Universidade Federal do Ceará, Prof. Odorico de Moraes, integrou equipe que esteve nessa quinta-feira (9), no Palácio do Planalto, em Brasília, para apresentar resultados dos estudos com pele de tilápia e suas aplicações na área da saúde.

Conforme relata o Prof. Odorico, houve um compromisso do Governo Federal de que, tão logo a pele seja registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), uma comissão analisará a viabilidade desse material biológico ser utilizado para o tratamento de queimaduras em todo o Sistema Único de Saúde (SUS). A ideia é expandir o tratamento que já ocorre de forma experimental no Ceará, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás e Pernambuco para todo o Brasil.

A reunião foi comandada pelo presidente Jair Bolsonaro. “O encontro foi muito bom. Tivemos a oportunidade de mostrar que a Universidade produz pesquisas de qualidade”, afirmou o coordenador do NPDM. Na oportunidade, outros estudos de impacto desenvolvidos na UFC foram mencionados, como as investigações relacionadas ao grafeno.

Ainda segundo o Prof. Odorico, já há contatos com empresas que têm manifestado interesse em industrializar a pele de tilápia. Atualmente, o banco de pele animal do NPDM tem capacidade de produzir cerca de mil peles a cada 48 horas.

A pele de tilápia funciona como um curativo biológico, auxiliando na cicatrização de pacientes com queimaduras de diferentes níveis. Além disso, uma atadura feita com o material pode diminuir a dor, evitar a perda de líquidos dos tecidos, prevenir contaminações e trazer maior comodidade ao evitar a troca constante de curativos.

A reunião em Brasília para tratar do assunto também contou com a presença do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta; do presidente do Instituto de Apoio ao Queimado (IAQ), Edmar Maciel, que fez a apresentação dos estudos para o presidente (da República); do médico e pesquisador paraibano Marcelo Borges, que desenvolveu os primeiros projetos sobre o uso da pele de tilápia; do secretário nacional de Aquicultura e Pesca, Jorge Seif; e do secretário nacional do Ecoturismo, Gilson Machado.

AS PESQUISAS – A pele de tilápia é objeto de ampla pesquisa na UFC. Os estudos são coordenados pelo Prof. Odorico de Moraes e pelo médico Edmar Maciel. Além da eficácia no tratamento de queimados, a pele de tilápia também tem sido aplicada com êxito em cirurgias ginecológicas. Recentemente, em procedimento inédito no mundo, a pele foi usada na reconstrução vaginal após a redesignação sexual de uma paciente trans.

“A pele de tilápia tem um potencial enorme em vários campos da medicina. Hoje estamos estudando 18 empregos diferentes da pele de tilápia, com potencial de poder chegar a muito mais”, diz o Prof. Odorico. Atualmente, há estudos sobre o uso do material em seis países, com 43 projetos de pesquisa em andamento.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social e Marketing Institucional da UFC – fone: (85) 3366 7331

About the Author

Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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