Em torno de 1,6 mil crianças migrantes foram consideradas mortas ou desaparecidas entre 2014 e 2018, afirma um levantamento recente publicado por agências das Nações Unidas. Número indica que, por dia, quase um menino ou menina perdeu a vida ou sumiu durante deslocamentos. Organismos internacionais alertaram que a quantidade real de óbitos e desaparecimentos deve ser mais alta devido à subnotificação.

“A falta de dados sobre as idades, características e vulnerabilidades das crianças migrantes desaparecidas cria sérias lacunas de proteção”, afirma Frank Laczko, diretor do Centro de Análise de Dados sobre Migração Global, da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

“Isso torna muito difícil criar programas e políticas concebidos para protegê-los.”

Elaborado pelo centro da OIM em parceria com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o relatório da ONU foi divulgado em junho, poucos dias após a circulação na internet e na imprensa da foto de um migrante centro-americano e sua filha afogados no Rio Grande.

A chefe do UNICEF, Henrietta Fore, descreveu a fotografia como “uma imagem pungente que abala todos nós em nosso âmago”. A dirigente fez um apelo para que os países empreendam mais esforços na proteção de migrantes vulneráveis.

No período 2014-2018, a OIM notificou que, de todos os 32 mil óbitos e desaparecimentos de migrantes, mais da metade — em torno de 17,9 mil — ocorreu no Mar Mediterrâneo. Os restos mortais de quase dois terços dessas vítimas não foram recuperados.

No Sudeste asiático, os refugiados rohingya que fugiram de Mianmar representaram a maioria das mortes de migrantes. Dos 2,2 mil migrantes mortos na região, 1.723 eram rohingya.

A rota entre Estados Unidos e México viu um aumento no número de mortes de migrantes desde 2014. Foram 1.907 óbitos ao longo do período de cinco anos.

FONTE: ONU

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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