Imagem: Fortaleza é ponto de entrocamento da nova rota digital que permite conexão de redes científicas intercontinentais (Imagem: RNP/Amlight)

Instituições de ensino e pesquisa do Brasil e de outros países do continente americano ampliam suas possibilidades de interconexão graças à ativação de uma rota digital entre as Américas e a África, utilizando o cabo submarino SACS (sigla em inglês de Sistema de Cabo do Atlântico Sul), operado pela empresa Angola Cables. A iniciativa é da Rede Nacional de Pesquisa (RNP), em parceria com a Universidade Internacional da Flórida, nos Estados Unidos, a REDCLARA – Cooperação Latino-Americana de Redes Avançadas e as Redes de Educação e Pesquisa da África do Sul (TENET & SANREN).

Para viabilizar a nova rota, a RNP contou com o apoio da Universidade Federal do Ceará – que sedia, no Campus do Pici Prof. Prisco Bezerra, o Ponto de Presença da RNP no Ceará (POP-CE) e o Network Operation Center da Rede Metropolitana de Fortaleza (NOC-GigaFOR) –, e da Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará (ETICE), ligada ao Governo do Ceará.

A nova rota digital que liga Fortaleza a Luanda, em Angola, na África, vai complementar os principais links existentes da RNP para os EUA e Europa. “Nosso novo ponto de troca de tráfego acadêmico da América do Sul, em Fortaleza, reunirá RNP, REDCLARA e muitas outras redes globais de pesquisa e educação em atividade com parceiros africanos”, reforça o diretor-geral da RNP, Nelson Simões.

Para as atividades de conectividade do POP-CE/GigaFOR à rede de 100 Gbps (100 giga) da Angola Cables, o coordenador técnico do ponto de presença da RNP no Ceará, Marcos Frota, explica que o trabalho foi iniciado, na parte que cabia a Fortaleza, em novembro do ano passado e finalizado em abril deste ano. Ele ressaltou as colaborações da ETICE e UFC.

“A ETICE nos ajudou fazendo as fusões (emendas) e retirando os rompimentos das fibras ópticas dos cabos da rede GigaFOR da UFC-Pici, onde fica o NOC-GigaFOR até a Praia do Futuro, onde fica o datacenter da Angola Cables”, diz.

Quanto à UFC, ele relata que foi necessária a passagem de cabos com 144 fibras ópticas partindo do NOC-GigaFOR localizado no prédio da Secretaria de Tecnologia da Informação (STI), até as entradas principais do Campus do Pici (uma pela Rua Dr. Abdenago Rocha Lima e a outra pela Rua Pernambuco). Além da pronta autorização para o serviço, a UFC, destaca ele, disponibilizou equipe de engenheiros e técnicos da Superintendência de Infraestrutura e Gestão Ambiental (UFC Infra) para orientar e ajudar a passar esses cabos diferenciados pela infraestrutura correta da UFC-Pici, evitando danos ou a necessidade de se refazer o trabalho.

Marcos Frota explica ainda que a UFC autorizou testes nos cabos das 144 fibras ópticas com equipamento específico, denominado OTDR (sigla de optical time-domain reflectometer), para verificação das fibras ópticas e eventuais correções pela equipe de engenheiros da UFC e da ETICE. Esse trabalho foi para assegurar que o sinal trafegasse entre UFC-Pici e Angola Cables permitindo a comunicação de dados a uma capacidade de 100 Gbps (100 giga).

Acrescenta que outra ajuda primordial foi do Instituto UFC Virtual, através do Prof. Mauro Pequeno, do Curso de Sistemas e Mídias Digitais, que vinha intermediando os contatos desde a administração anterior, do reitor Henry Campos, até a atual, do reitor Cândido Albuquerque.

O Prof. Mauro, por sua vez, comenta que essa nova rota digital acadêmica não teria sido possível “sem a grande ajuda da ETICE, do atual reitor da UFC, Prof. Cândido Albuquerque, e do reitor anterior, Prof. Henry Campos. As redes acadêmicas do Ceará, do Brasil e da América Latina agradecem”.

E reforça Mauro: “Essas conectividades entre Brasil, África, Estados Unidos e, indiretamente, Europa colocam a UFC como centro de conectividade da América do Sul. Com isso, empresas como Angola Cables estão se instalando no Ceará, trazendo investimentos para o Estado. Particularmente para a UFC, nós nos beneficiamos do acesso rápido a universidades e centros de pesquisa em todo o mundo, apoiando assim a internacionalização, cada vez mais presente na UFC”.

Com informações da RNP.

Fonte: Marcos Frota, coordenador técnico do ponto de presença da RNP no Ceará – e-mail: info@pop-ce.rnp.br

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Valeska Andrade

Formada em História pela Universidade Federal do Ceará e em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará. Especialista em Cultura Brasileira e Arte Educação. Coordenou o Programa O POVO na Educação até agosto de 2010. Pesquisadora e orientadora do POVO na Educação de 2003 a 2010, desenvolveu, entre outras atividades, a leitura crítica e a educomunicação nas salas de aula, utilizando o jornal como principal ferramenta pedagógica. Atualmente, é professora de história da rede estadual de ensino. Pesquisadora do Maracatu Cearense e das práticas educacionais inovadoras. Sempre curiosa!!!

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