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As escolas públicas brasileiras, principalmente nos níveis fundamental e médio, estão perdendo espaço para os colégios particulares. Nos últimos dez anos, a educação pública perdeu 4,834 milhões de estudantes, enquanto o ensino privado ganhou 1,090 milhão, de acordo com levantamento feito pelo Valor Econômico. Uma das principais explicações para a tendência é o aumento da renda decorrente do crescimento econômico, que estimulou famílias em ascensão social a colocar seus filhos em escolas particulares. O economista Naercio Menezes Filho, coordenador da área de políticas públicas do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), afirma que os números refletem uma lógica natural. “O fato é que se a família tem ganho de renda, prefere matricular o filho na escola privada. Ele escolhe a escola que acha melhor”, diz.
Fonte: Valor Econômico (SP)
Nos primeiros anos do ensino fundamental (do 1o ao 5o), só 1,5% das crianças abandonam a escola ao longo do ano letivo. Mas o cenário começa a mudar a partir do 6o ano (antiga 5a série), quando a taxa de abandono atinge 4,6% dos alunos (três vezes mais do que a verificada nos anos iniciais da etapa). As taxas de rendimento escolar, divulgadas na última semana pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), revelam que a “porta de saída da escola” é aberta no 2o ciclo do ensino fundamental e o problema cresce à medida que os anos seguem, com pico no ensino médio, chegando a 9,6%. O abandono se caracteriza quando o aluno deixa de frequentar as aulas e “perde” o ano. É diferente da evasão, que ocorre quando ele abandona os estudos e não retorna no ano seguinte.
Fonte: Correio do Povo