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A gente não precisa de muito pra ser feliz. Meias gostosas no pé e alguém para amar. Uma boa cama para dormir e a possibilidade de sonhar. Um chuveiro quente, uma janela para ver a chuva passar e amigos pra gargalhar.

Passamos a vida inteira buscando um sentido pra ela e esquecemos que a verdadeira razão de ser está nos detalhes. No despertar, no sorrir, no cheiro de café pela manhã. Como explicar o que uma canção nos provoca?  Tentamos entender o inexplicável. Procuramos arrumar problemas e reclamar do caos, sem lembrar que a solução de tudo está conosco, na forma como nossos olhos veem o dia.

O tempo é um amigo fiel. Implacável, porém. Ele segue o seu rumo, olhando sempre em frente, mas carregando todas as marcas, lições e sorrisos. O tempo nos ensina que viver é um estado de espírito e que somos menores do que imaginamos. Somos poeira na imensidão, mas mundo dentro de cada um de nós

Não nos cabe explicar a natureza feminina, ou a fórmula do amor. Basta entendermos que o ser humano é carente na essência e não vive só. Que afastamos as pessoas muitas vezes para nos queixarmos da solidão, que somos seres contraditórios dentro das nossas convicções. Que temos muito o que aprender com as crianças e com as plantas, pois estas sim se preocupam apenas em existir.

De vez em sempre encontro a paz com as palavras. Busco forças na reflexão, na presença de espírito daquilo que me fortalece, nas marcas de expressão do meu rosto cansado, porém feliz. Há sorrisos em cada ruga, histórias em cada letra do meu nome. Que a emoção de cada minuto vivido me transforme num ser capaz de entender a metamorfose humana. Entender a fragilidade que nos leva a amar sem escolher. Simplesmente sentir.

É para isso que vivo. Para amar, viver, sentir. E voar, como pássaro no horizonte, ou como poeira no vento.

Texto e Imagem: Eduardo Sousa

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