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Na porta do banheiro, o pai tenta convencer o filho de dois anos a tomar banho.

– Vamos, filho. Hora de ir pro chuveiro.
– Não, papai. Não quero.
– Mas tem que ir, filho.
– Por quê?
– Porque você está sujo.
– Por quê?
– Porque está suado.
– Por quê?
– Porque você estava correndo, brincando na rua…
– Por quê?
– Ai, meu Deus… Filho, vai pro chuveiro.
– Não, papai. Quero o meu baldinho. Cadê o meu baldinho?
– Que baldinho? Que história é essa de baldinho?
– O meu baldinho, papai. De encher de água.
– Ah, filho, tá no quarto. Depois o papai pega. Entre no chuveiro.
– Não, não. Quero meu baldinho. Vai pegar, papai.
– Daqui a pouco eu pego. Agora é hora de tomar banho.
– Não… meu baldinho… Quero agora.
– Vamos fazer assim. Você entra no chuveiro que eu vou buscar o baldinho. Certo?
– Não, papai. Cadê o baldinho? Pega ele.
– Meu filho, o papai já disse que vai buscar. Não pode ser tudo do jeito que você quer.
– Por quê?
– Porque tem hora pra tudo. E agora é hora de tomar banho.
– Por quê?
– Ah, não. Vai começar tudo de novo?! Chega. Entre no chuveiro.
– Espera. E o meu baldinho, papai?
– Já disse que vou pegar depois que você entrar no chuveiro. Tenha paciência.
– Papai, o que é paciência?
– Paciência é o que você não tem.
– Pai, o que é paciência?
– Ai, meu Deus do céu… Mais tarde eu explico, filho.
– Não, pai, não. O que é paciência?
– Hunf… Olhe, paciência é ter calma, fazer as coisas devagar, na hora certa, sem pressa. Entendeu?
– Sim, papai.
– Ótimo. Então agora entre logo no chuveiro.
– Calma, papai. Tenha paciência.

Texto: Eduardo Sousa || Imagem: Internet

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