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Eu lembro como se fosse hoje. A professora de ciências humanas e sociais dando aula sobre o corpo humano, falando sobre os órgãos genitais masculinos e femininos, descrevendo todos os detalhes, informando-nos sobre as nossas próprias características e um monte de meninos e meninas rindo descontroladamente ao escutar a pronúncia das palavras vagina e pênis. As meninas ficavam vermelhas de vergonha, tanto que desejavam sair da sala. Os meninos não demonstravam a vergonha mas sim a infantilidade , característica comum dos meninos durante a puberdade, tem uns que tem esse mal até hoje… Quem é menino, sabe bem do que eu estou falando. A professora, coitada, ficava vermelha, não de vergonha, mas sim de raiva. indagava para si mesmo “como é que pode esses meninos não levam a sério um assunto tão sério” e aí em diante. Eram assim, todas as minhas aulas de ciências, tenho até saudade.

Mas, me encontrando em um cenário totalmente diferente, quer dizer, mais ou menos diferente do que a escola: a faculdade. E aí nesse ponto que eu quero chegar nessa crônica, pois até na faculdade, tem gente que não pode escutar alguma palavra relacionada às partes do corpo humano ou mesmo temas relacionados ao sexo, que querem tirar o seu corpo fora, começam a rir, não levam a sério, fazem que nem os meus colegas do 5° ano, imaturos e infantis. É uma coisa feia, admito para vocês. Um marmanjo que entre as quatro paredes faz sabe Deus lá o quê, fica com vergonha de falar sobre sexo, conta para os amigos que não gosta de falar sobre isso ou sei lá o quê, isso é vergonhoso, falta de maturidade. As menininhas, todas jovenzinhas, santinhas, jamais falam sobre sexo, mas quando vamos pesquisar sobre o histórico da mesma, ficamos pasmos ao saber das histórias loucas e absurdas que ela faz ou fez ou ainda fará.

É preciso maturidade, é preciso quebrar regrar, tabus, sexo é sexo, sexo é vida, lembra da propaganda? Como nasceríamos se não fosse através do ato sexual dos nossos pais? Certo que hoje em dia, há outras formas de gerar uma criança, os médicos de inseminação artificial ganham horrores de dinheiro. Mas é isso, é preciso ter consciência, saber conversar sobre sexo como qualquer outro assunto. Os pais escutem as dúvidas sobre esse e demais assuntos de seus filhos, isso será de extrema importância para eles em um futuro bem próximo. Os filhos, não tenham vergonha de perguntar os seus pais sobre o que é sexo, não tenham vergonha, vergonha é ser pai/mãe adolescente, sem nem ter tirado a caatinga do mijo, como o povo diz.

Vamos falar mais sobre sexo, sobre fantasias, tirar dúvidas, fazer perguntas, especulações. Amor é prosa, sexo é poesia, então seja poético.

 

 

Texto e Imagem: Eduardo Sousa

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