A expressão “não médicos” é depreciativa, segregadora e mostra com certeza o desconhecimento por parte daqueles que a utilizam. Quando alguém, um gestor, um parlamentar ou alguma entidade de classe se refere aos profissionais de saúde como “profissionais não médicos”, nos remete a pensar que a onipotência se torna presente e nos coloca distante, independente e única, como se medicina não fosse também uma profissão de saúde, e sim, uma profissão de nível superior diferenciada e destacada da área da saúde. Deste modo, entender-se-ia que na área da saúde, apenas existiriam treze categorias em um único nível, ao se excetuar a medicina como profissão de saúde deste nível. Seria necessária muita imaginação e nenhuma documentação daria fundamentação a tal explicação.  È dessa forma que uma das mais atuantes fisioterapeutas do Brasil analisa tal expressão.  A Dra. Ana Cristhina de Oliveira Brasil, fisioterapeuta, docente, mestre em Saúde Pública, funcionária pública municipal, coordenadora do Fórum das Entidades Nacionais da área da Saúde (FENTAS) e que exerceu brilhantemente a função de  Conselheira Nacional de Saúde e Vice-presidenta do Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO).

Dra. Ana Cristina Brasil

Dra. Ana Cristina Brasil

 Segundo a fisioterapeuta é inadmissível, portanto, que o uso de tal expressão discriminatória e desigual, perdure, numa sociedade, na qual sua Constituição Federal resguarda o direito da livre expressão, desde que não ultrapasse a linha da cidadania, da moral e da ética, do respeito mútuo entre os diferentes atores sociais, e, sobretudo, do respeito às leis, em especial, àquelas que, regulamentaram as quatorze profissões da área da saúde, de igual relevância social na prestação de uma assistência à saúde de modo integral e multidisciplinar ao povo brasileiro. Mude este paradigma. Se policie para não usar esta expressão, explique a quem não entende e não deixe que  este erro se propague em nossa sociedade, pois  compromete a harmonia no ambiente de trabalho e segrega seres humanos que possuem uma missão muito importante: “cuidar”.  Esse  é um Texto adaptado em repúdio ao uso da expressão “não médicos”, cedido originalmente pela autora ao Movimento Nacional contra o PL 025/02 (ato médico).

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

View All Articles