Por: Instituto Cohen 

Alguns modismos não trazem benefícios aos corredores, que precisam ter senso crítico para saber o que realmente é em prol da performance e prevenção de lesões Na prática da corrida de rua, há um certo modismo quanto aos temas a serem discutidos, não somente nos meios de comunicação, mas também dentro dos grupos de corredores e, infelizmente, são discussões infundadas, muitas vezes levando a resultados que não refletem a realidade de trazer algum benefício à população. Um grande exemplo disto é saber que no Brasil a maior parte dos tênis vendidos são para supinadores, sendo que a maioria dos corredores brasileiros são neutro pronadores, já pensou nisto? Quer ver outra questão. Numa determinada loja de tênis, há um estoque de 80% de tênis supinadores, e quando um leigo vai nesta loja e faz o teste da pisada, que muitas vezes é feito por pessoas não capacitadas, sabe qual o resultado? Claro, supinador, pois o estoque está cheio de tênis supinadores.  É apenas para refletir e desenvolver na cabeça do consumidor o senso crítico do que é modismo e do que é tecnologia em prol da melhora de performance e prevenção de lesões.Esta questão dos calçados, que era para ajudar o corredor, mais atrapalha e o deixa vulnerável às lesões. Em janeiro deste ano, foi publicado na revista americana Nature um estudo sobre padrões de pisada e forças de colisão em corredores que praticavam descalços versus com tênis.  O autor Daniel Lieberman, que também é corredor, junto com três colegas resumidamente concluíram que quando se corre de tênis há um primeiro contato no chão com o calcanhar gerando um impacto de força que reproduzido ao longo dos quilômetros semanais de treino, podem trazer alguma sobrecarga ao aparelho locomotor, o que é inversamente encontrado quando se corre descalço, pois o primeiro contato é feito com a planta do pé, o que os propostos shape-ups preconizam e o reflexo na musculatura nestes casos, são 3 vezes menor. Partindo do princípio que os tênis “baixinhos”, usados inicialmente para provas ou treinos de pista procuram se assemelhar com o uso dos pés descalços, concluímos que os pés tendem a controlar melhor o movimento de transição de cada passada para minimizar o impacto, e isto é feito por toda musculatura desde as intrínsecas dos pés e ascendendo para panturrilhas,coxa e glúteos. Não podemos afirmar que esta repercussão na musculatura, pode ser interpretada como fortalecimento das mesmas, pois se fossemos pensar assim, podemos também entender que longas distâncias podem sobrecarregar estas musculaturas e causar lesões por sobrecarga.

Fonte: www.ativo.com

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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