Sozinhos nada somos.

Reserva  de  mercado talvez seja essa a única razão para tantos desencontros entre alguns profissionais da saúde,  podemos falar assim por que a maioria  com seu tempo preenchido  de afazeres estão longe dessas polêmicas relacionadas  as  questões  referentes ao papel  exercido por cada profissão.  Não há um só dia em que  nós não atendemos  em nosso consultório de fisioterapia  pelo menos  três  ou quatro médicos  em Fortaleza e ouvimos deles assuntos relacionados  as condições da vida moderna,  quando indago  sobre o tema  ato médico, os mesmos não demonstram nenhuma preocupação e nem  mesmo interesse, convivo com esses profissionais  em rodas sociais e em eventos científicos, todos estão  tranquilos.  Essa tranquilidade parece ser sempre surpreendida por atitudes de caráter  absolutamente incoerentes,  a mais nova é a resolução do conselho federal de educação física,  um dos seus artigos  declara: 

Art. 3º É prerrogativa dos Profissionais de Educação Física, avaliar, planejar, prescrever, ensinar, aplicar, orientar, controlar, supervisionar, coordenar e dirigir atividades individuais ou coletivas de Pilates, em sua forma original ou em qualquer outra forma derivada, objetivando promover, otimizar, aperfeiçoar e aprimorar o funcionamento fisiológico orgânico, bem como, o condicionamento e o desempenho fisiocorporal orientado para o bem estar, estilo de vida ativo e promoção da saúde.

Toda essa nova resolução induz o conceito do método Pilates como uma ginástica simplesmente e assim exclusividade do profissional educador físico, ou seja, o Próprio criador do método Joseph Hubertus Pilates não poderia empregar a técnica por não ser educador físico, mas a história demonstra resultados  do processo de recuperação de vítimas na primeira guerra mundial em 1914, berço do entendimento da reabilitação.  Temos que admitir, a grande porta de entrada desse método  no Brasil foi  por  Alice Becker Denovaro Graduada em Dança pela Universidade da UFBA e mestre em Coreografia pelo Califórnia Institute of The Arts, Los Angeles, ela  introduziu o Pilates na área clinica em Salvador, através do Ambulatório de Dor do Hospital das Clínicas – HUPES – UFBA em 1991.  Nossa maior  dúvida é saber se uma profissional como formação em dança com currículo memorável e que implantou o método em nosso país, deve ser agora excluída por um novo regulamento de uma só  profissão? E ainda sem  nenhum debate, tomam posse de um método como se fosse bem próprio. 

 É chegado o momento de reconhecermos os grandes profissionais capazes de promoverem ações dignas em benefício a saúde, independente de sua área, desde que com ética  e sem colocar em risco o indivíduo ou a sociedade.  Levando em consideração  o profissional educador físico, o mesmo,  não tem em sua formação acadêmica conhecimentos sobre  tratamento clínico, sabendo dos grandes benefícios do método pilates na área clínica, podemos  afirmar,  assistimos o espetáculo da  falta de bom senso, não vemos nada de errado na prática do Pilates como ginástica e ai sim papel exercido por educadores físicos e profissionais ligados à área do movimento humano, reconhecê-los como profissionais da  saúde é no mínimo sensato.  Compreendemos  de certa forma uma preocupação com o excesso de profissionais e  de formações duvidosas nesse método, se fazendo necessário uma fiscalização rigorosa, mas foi à demanda de mercado o grande vilão desse modismo, agora é papel dos conselhos fiscalizarem, fisioterapia por  fisioterapeutas e educação física por educadores físicos, etc.   É  hora de pararmos com tantos gastos financeiros desgastes públicos e rixas desnecessárias. Alguém sabe quanto custa todo o processo do ato médico?  Se tivéssemos investido  todo esse capital saídos dos cofres dos nossos conselhos, em estratégias de  comunicação junto  a sociedade com o intuito  de apresentar  o valor de  cada profissão da saúde, todos tinham ganho confiança e reconhecimento da sociedade.

È necessário ao profissional médico ter sua regulamentação, mas eles não precisam citar em seus  artigos outras profissões nem muito menos prescreverem fisioterapia, eles são médicos e já tem responsabilidades suficientes para exercer, assim também os fisioterapeutas e enfermeiros não são médicos, não podem prescrever medicamentos ou assinarem laudos e diagnósticos clínicos, já não bastava toda essa confusão, ainda criam esse  novo regulamento destinado  o educador físico  o único a praticar pilates, o que todos estão precisando é tornarem-se empreendedores, na busca de  conquistarem  seus clientes e com  formação sólida, o dever do profissional de saúde  é construir  forças com o objetivo de uma saúde social digna e não olhar para o próprio umbigo tornando ainda maior o caos em que vive a saúde no Brasil.

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

View All Articles