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Professora de Fisioterapia da UEPB comenta o uso de colete protetor por jogadores na Copa do Mundo

Durante o jogo do Brasil contra Portugal, nas classificatórias da Copa do Mundo, o goleiro da seleção brasileira, Julio César, surpreendeu telespectadores de todo o mundo, ao trocar a camisa do uniforme e exibir um colete diferenciado, que envolvia todo o seu abdome e reforçava o apoio na área coluna com placas de metal. O colete, chamado “Putti”, é usado para estabilizar a coluna lombar na hora de fazer esforços mais fortes.

A surpresa do público deveu-se, em primeiro lugar, pelo fato de jogadores de futebol não utilizarem, com freqüência, proteções específicas como esta. De acordo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), o goleiro começou a utilizar o colete em 2003, com a finalidade de estabilizar a lombar, após um pequeno deslizamento das vértebras. Em segundo lugar, causou estranheza a confissão de Julio César de que o instrumento tinha, na verdade, uma função mais psicológica do que física, pois, nas palavras dele, fazia com que se sentisse “mais protegido”.

Para a professora do Departamento de Fisioterapia da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande (PB), Vitória Regina Quirino de Araújo, responsável pela disciplina de Traumato-ortopedia, Reumatologia e Geriatria (TORG), o uso do colete pelo atleta, bem como qualquer tipo de imobilização no corpo humano, deve ser feito com critérios.

“Nossos músculos são preparados para a mobilidade, para a movimentação, e qualquer tipo de imobilização, se feita por tempo prolongado indevido, pode causar dois tipos de dependência: a do uso do equipamento e a psicológica. É importante proporcionar a interdisciplinaridade no tratamento, utilizando apenas no período pós-lesão e nos momentos de crise, que ocasionam dor”, afirmou a professora. Ela salientou, ainda, a importância de fortalecer a musculatura, trabalhar a amplitude dos movimentos e, principalmente, reeducar o corpo para as atividades diárias sem o uso do suporte.

Vitória Regina também comentou o polêmico uso de infiltrações de corticóides e antiinflamatórios por alguns atletas, após sofrerem lesões dolorosas. “Sabemos que, quando se trata de um atleta profissional, há muito dinheiro envolvido, altos investimentos de patrocinadores, e ele precisa estar 100% bem para passar a credibilidade de seu trabalho. Há todo um aparato que torna a infiltração um meio comum nas modalidades esportivas, mas que deveria ser evitado”, apontou.

Para ela, ao mesmo tempo em que as infiltrações tendem a diminuir ou cessar a dor do processo inflamatório, o seu uso contínuo pode, a médio e longo prazo, causar sérios prejuízos para o atleta, com comprometimentos fisiológicos bem maiores.Uma coisa é certa: diante de lesões, leves ou graves, excessos no uso de remédios ou instrumentos paliativos não são nada indicados. O ideal é fazer tratamentos específicos e acompanhamentos sérios com profissionais, mesmo que a cura demore mais um pouco.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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