Nunca se investiu tanto em segurança privada e cada vez mais nos tornamos reféns de nossos próprios medos e dos nossos próprios muros, além de fugirmos da violência, construímos o circuito solitário em busca de privacidade. Já não se sabe quem são os vizinhos , não existem os muros baixos e praças publicas, em outros tempos a cadeira na calçada, a visita surpresa aos amigos, o bom dia, o bate papo na banca de revista, tudo isso fazem parte de um passado quase lendário, mas o que houve de fato em nossa sociedade? Modificamos velhos hábitos por conta da violência ou estamos submetidos a violência por que mudamos nossos costumes? A nossa Fortaleza insanamente envolvida em construções voluptuosas de prédios cada vez mais modernos e com grandes áreas de lazer, em total isolamento com o outro lado da rua, muitas vezes desapropriados e oferecendo condições dos que vivem marginalizados criarem suas próprias leis, nelas uma vida e um par de tênis tem a mesma proporção de valor. Será que não é chegado a hora de nos questionarmos como sociedade? Ou será melhor vivermos presos em muros cercados de câmaras, cercas elétricas, seguranças particulares, portões automáticos e carros blindados, fomentando a idéia dos que se sentem marginalizados a serem ainda mais perigosos. Por que é preciso a próxima tragédia para nos reunir, vestir roupas brancas e pedir pela paz? E todo esse arsenal de proteção o quanto é benéfico e o quanto nos deixa vulnerável? Certamente não podemos isentar nossos gestores públicos dos seus deveres e temos que admitir a grande falha de inteligência nas resoluções dos problemas de segurança publica, ao mesmo tempo, não custa entendermos o quanto somos importantes nesse processo de valorização humana, principalmente quando se trata de tão violenta diferença social, muito se fala da diminuição de indigentes e que cada vez mais saímos da linha da pobreza, mas não podemos esquecer, esse fato está relacionado a bens de consumo e não ao educacional, tornando-se ainda muito mais perigoso. A televisão na sala dos que ontem nada tinham, enchem os olhos de desejos e falsos sonhos aos que são cegos de conhecimentos, então olho por olho, dente por dente, nada contra termos melhores condições de vida até porque muitos dos crimes ocorridos estão fortemente enraizados nas classes econômicas abastardas e assim os jornais impressos pesam em nossas mãos por tamanhas manchetes de crimes bárbaros, a televisão nos causa náuseas discorrendo minuciosamente cada detalhe de como torturar, matar e até jogar seres humanos aos cães. Vejam só: o que era para ser circo no momento de lazer em nossos lares como as novelas por exemplo, são verdadeiras aulas de criminalidade, instigando a deslealdade e a falta de amor ao próximo, investindo de forma insistente: o viva esse momento e os outros nada importam, como fórmula de felicidade, promovendo a intolerância . Vivemos momentos de tristezas com o alto índice de violência e podemos até aceitar os fatos tristes , esses fazem parte da vida, desde que possamos acreditar na alegria de viver e ao mesmo tempo possamos construir relações humanas alicerçadas na solidariedade.
Jorge Silveira Brandão
Fisioterapeuta.
Infelizmente costumamos pagar pelo que não deveria ser pago. No Brasil os serviços de Segunça Privada movimentaram R$ 15 bilhões em 2009. E continua se investido muito mais em tecnologia que nós deixa cada vez mais pressioneiros.
A segurança tornou-se um item a mais no orçamento das familias e nem precisa de classe social alta a população de classe social menos favorecida pagam para ser supostamente protegidos. É um fenômeno brasileiro provocado pela ineficiência do serviço publico precario por causa longo período de descaso.