Letícia Moreira/Folhapress. O aluno Clodoaldo Carvalho treina com o educador Hashimoto

O lugar é para puxar ferro, fortalecer o corpo, ganhar músculos. Como qualquer academia de ginástica. A diferença é que a saúde em Evidência, de São José dos Campos, no interior de São Paulo, também é para cadeirantes.

Os aparelhos são usados por todos os cerca de 300 alunos, mas sua disposição foi programada para dar espaço à cadeira de rodas.

Adaptações simples com elásticos, bolas e roldanas permitem a realização de treinos específicos para deficientes físicos.

“Obviamente, o cadeirante não pode fazer todos os exercícios de um típico treino de musculação. Mas, neste espaço, nos exercícios possíveis, ele tem como puxar e empurrar o peso em todas as direções que o trabalho exige”, diz o educador físico Artur Hashimoto.

Hashimoto conta que, quando montou a academia, em 2009, não havia a ideia clara de oferecer um espaço especial para o deficiente.

Mas a construção do prédio, que é toda social e ecologicamente certinha, levou em conta a acessibilidade.

Há rampas, elevador, banheiros adaptados. Coisas indispensáveis para quem tem dificuldade para se movimentar, mas que a maioria das academias não tem.

Como uma coisa puxa a outra, o diferencial acabou atraindo cadeirantes que querem, além de exercícios de reabilitação, treinar como todo mundo. Há, hoje, nove alunos deficientes que fazem treinos personalizados lá.

Para deficientes ou não, o atrativo da academia é o treinamento funcional, que usa vários grupos musculares ao mesmo tempo e de forma dinâmica (como nos movimentos cotidianos) e fortalece o centro de equilíbrio do corpo.

Só que Hashimoto não cobra mensalidade nem programa de treinamento funcional de seus alunos cadeirantes -é um projeto dele sem fins lucrativos. Aqueles que podem contribuir pagam alguma coisa.

Fonte: FOLHA.com

About the Author

Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

View All Articles