Médicos reimplantam perna que havia sido decepada de criança em atropelamento

Rio – Um milagre. É desta forma que a mãe de Lucas Roberto Ferreira de Oliveira, 11 anos, a manicure Patrícia Ferreira, descreve a rápida recuperação do filho após a cirurgia de reimplante da perna direita. O menino, que teve o membro decepado num atropelamento, em dezembro, em Xerém, na Baixada, recebeu alta quarta-feira. A estimativa de recuperação era de apenas 30%.

O caso surpreendeu até equipes médicas do Hospital Estadual Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, e do programa SOS Reimplante. Agora, Lucas fará fisioterapia e terapia ocupacional para estimular sua independência no dia a dia. Em breve, poderá voltar a andar, inicialmente com o auxílio de muletas.

“Sou craque de bola. Vou ficar bom e voltar a jogar futebol com meus amigos”, comemora o menino, que é apaixonado pelo esporte.

A mãe conta que o menino está consciente do seu estado e bastante ansioso para voltar às suas atividades normais. “Eu achava que ele nunca mais iria andar, mas ele é um guerreiro e me surpreende a cada dia. Já até consegue dobrar um pouco o joelho”, comemora Patrícia.

VÁRIAS OPERAÇÕES

Antes de ser liberado do hospital, ele foi submetido a duas novas operações: uma para retirada do fixador do fêmur e outra, de liberação da musculatura da coxa. Segundo o coordenador do programa SOS Reimplante, João Recalde, o próximo passo é corrigir a diferença de tamanho entre as pernas. Esta nova cirurgia deverá ser feita nos próximos seis meses. Provisoriamente, Lucas está usando um sapato plataforma, que iguala a altura das pernas.

Capacidade de regeneração e adaptação maior em crianças

 

Em casos de lesões como a de Lucas, a recuperação é muito difícil. Entretanto, explicam especialistas, as crianças levam vantagem sobre adultos: têm maior capacidade de regeneração e de adaptação.

A agilidade com que o menino foi atendido após o acidente também foi um dos trunfos para o sucesso no caso. Em menos de cinco horas a perna dele já havia sido reimplantada e presa com o auxílio de um fixador externo.

Segundo Recalde, o fixador, cujo objetivo é consolidar o fêmur, foi colocado na cirurgia de emergência e não permitia que ele movimentasse o joelho. Em março, foi trocado por um que permitiu maior liberdade de movimentação.

“Agora, com o fêmur já consolidado, retiramos de vez o fixador e realizamos uma cirurgia de liberação da musculatura da coxa, para que ele consiga dobrar o joelho”, explica o coordenador do Reimplante.

“Cada nova cirurgia é um alívio”

“Aos poucos a perna dele vem ficando com um aspecto melhor, mas sei que a recuperação não é só isso. Tem fisioterapia, sapato, muleta e estamos contando com a ajuda da equipe que operou ele e de amigos. Cada nova cirurgia que o Lucas faz é um alívio. O seguro DPVAT e o Rio Card, que ajudariam nos custos, ainda não conseguimos. Mas a burocracia não vai conseguir atrapalhar a recuperação do meu filho.”

PATRÍCIA DA SILVA FERREIRA, 36 anos, manicure e mãe de Lucas

Fonte: O DIA On Line

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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