Momento marcante no XIX Congresso Brasileiro de Fisioterapia foi o encontro dos representantes da World Confederation for Physical Therapy. Que contou com a participação de sua presidente Dra. Marylin Moffat ( USA) e comporam a mesa de debates : Dr. Diego Castagnaro (Argentina), Dra. Ginés Almazan e Dr. Reginaldo Antolin Bonatti.
Entre os diversos temas discutidos estiveram: Fortalecimento de parcerias mundiais no desenvolvimento da Fisioterapia, desde a construção de matrizes curriculares, condições clínicas, princípios éticos e maior participação da fisioterapia em ações básicas de saúde. As doenças não transmissíveis são a grande preocupação mundial ( Obesidade, AVC, Diabetes, Tabaco…) Essas doenças tem números alarmantes, para se ter idéia hoje são 236 milhões de pessoas acometidas de AVC em todo mundo, principalmente em países de baixa renda, segundo a Dra. Marylin Moffat são tratadas como doença neurológica e na verdade é um problema vascular. De que forma a fisioterapia pode contribuir nesse processo? Os membros da mesa colocaram a grande importância de exercícios no combate do crescimento dessas estatísticas. No caso da diabetes são 346 milhões de pessoas, com mais ênfase em países de rendas moderadas e altas. O tabaco por sua vez tem causa de risco de 6 para cada 8 causa de óbitos. Três milhões de pessoas morreram em 2005. “Índice elevados de exercícios se faz necessário” segundo Dra. Marylin Moffat que ainda cita o Brasil relatando: “O estilo de vida é o principal vilão no crescimento dessas doenças no Brasil” . Estreitar laços e buscar investimentos para pesquisa é hoje o grande carro chefe World Confederation for Physical Therapy conforme discurso do Dr. Diego Castagnaro, ele também faz críticas ao atual processo de desenvolvimento da fisioterapia nos países da America do Sul, “existe uma certa preguiça na busca do desenvolvimento cientifico em nossos países”. A fisioterapia só tem 60 anos de reconhecimento em todo o mundo, no Brasil são 42 anos e apenas em 2007 passou a ser filiada a confederação mundial que desde 1950 no primeiro congresso mundial realizado na ONU em NY, vem desenvolvendo praticas de crescimento cientifico, o amadurecimento em estabelecer normas de praticas baseadas em evidencias é algo relativamente novo desde 1990. Em 2000 houve grandes mudanças pela presença de banco de dados confiáveis e construção do site http://www.wcpt.org/ .
A fisioterapeuta Ana Cristina Brasil do Ceará, apresentou dados de mudanças na assistência básica de saúde no Brasil, criação do NASF e mudanças favoráveis nas políticas publicas relacionadas a Fisioterapia em nosso País. Também foi demonstrado o fortalecimento de nossas entidades
através das colocações do Dr. Rivaldo Novaes, que citou inclusive um exemplo ocorrido em Fortaleza – CE, em que um casal de estrangeiros foi detido e tiveram sua permanência restrita no Brasil. Representantes de várias instituições e órgãos ligados a fisioterapia manifestaram seus desejos de aproximação da fisioterapia no Brasil com países de todo o mundo. O fisioterapeuta colombiano Israel Velândia Cruz exaltou o crescimento nos últimos anos da Fisioterapia tanto na área da pesquisa quanto na conquista de espaços nos serviços públicos. A mesa foi unânime em demonstrar grande preocupação com a quantidade de faculdades existentes no Brasil, ficando assim extremamente difícil para construção de planos de ensinos e fiscalização.
Esse momento uniu gerações da fisioterapia com a presença do Dr. Edmur Paranhas (RJ) e a Profa. Dra Amélia Pasqual Marques – USP que manifestaram seus pontos de vista e fizeram colocações enriquecendo ainda mais o debate, mediado pelo Prof. Dr. Reginaldo Antolin Bonatti.