Por: Agência de Notícias

Pesquisadores do departamento de Fisioterapia da Universidade Federal de Minas Gerais e da Universidade Federal de Juiz de Fora promoveram um estudo que tinha por objetivo avaliar as características clínicas, sociais e psicológicas associadas à restrição de atividades funcionais pelo medo de cair. Foram estudados somente idosos comunitários, sendo 113 avaliados por meio da observação do histórico de quedas, restrição de atividades, fenótipo frágil, índices de depressão e aspectos sociodemográficos.

Segundo a pesquisa, a restrição da atividade física funcional pelo medo de cair pode apresentar resultado final contraditório, inclusive com a presença de quedas. Segundo os autores, isso se dá pelo declínio da função muscular e descondicionamento físico dos idosos.

“Características individuais podem afetar ou modular mudanças no comportamento associado ao medo de cair, o qual pode desencadear, nos idosos, atitudes de proteção e cautela em relação às quedas, que permitem a eles administrar seu medo sem restringir atividades”, explicam Rosângela Corrêa Dias, uma das autoras do estudo, e colegas no artigo que foi publicado na Revista Brasileira de Fisioterapia, em outubro desse ano.

De acordo com dados coletados na pesquisa, dos 113 idosos entrevistados, 52,22% deles alegaram ter reduzido suas atividades devido ao medo da queda. Além disso, esses idosos foram os que apresentaram maior autorrelato de depressão, maiores índices de exaustão, maior número de doenças, pior autopercepção de saúde e maior dependência de outras pessoas para a realização de atividades cotidianas, o que leva a piores índices de satisfação com a vida.

O estudo aponta a depressão como o primeiro fator discriminante, e que seus sintomas têm associação com a restrição de atividades. Os autores explicam que idosos que apresentam sintomas depressivos tendem à restrição de suas atividades físicas funcionais por medo da incapacidade de realizá-las.

Além do medo físico da queda, os estudiosos apontam a preocupação com a imagem social, restrições ambientais e financeiras como outras causas que levam à restrição das atividades por parte deste grupo.

Eles concluem, porém, que a falta de atividades físicas funcionais ocasionada pela restrição por medo de cair pode levar a desfechos negativos em aspectos psicológicos e funcionais de idosos comunitários, sendo a queda e a depressão os maiores riscos apresentados no estudo.

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Jorge Brandão

Fisioterapeuta, Osteopata, RPGista. Diretor da clinica Fisio Vida.

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