Quando o pilates faz mal à saúde
Falta de mão de obra especializada coloca em xeque
benefícios trazidos pela prática e pode agravar dores. Saiba evitar problemas
Fernanda Aranda, iG São Paulo
Falta de mão de obra especializada coloca em xeque
benefícios do pilates
Bastam 120 horas (divididas em finais de semana),
um investimento de R$ 2 mil, uma plaquinha e uma sala de aula para qualquer
pessoa virar instrutor de pilates.
Pelas normas atuais, os aparatos descritos acima
são o suficiente para ganhar o título de especialista e oferecer exercícios
físicos intensos, com potencial de lesões sérias, para idosos, gestantes,
crianças e adultos.
O pilates ganhou popularidade no Brasil e os
estúdios tomaram conta das cidades. Fisioterapeutas, educadores físicos,
terapeutas ocupacionais e bailarinos são os profissionais que mais ocupam o
cargo de professor da modalidade e os mais indicados para função, desde que
façam treinamentos específicos.
Veja: Pilates já virou
remédio
“Mas não há diretrizes que norteiem a formação,
como conteúdo programático ou carga-horária”, afirma o coordenador da
Associação Brasileira de Pilates (ABP), Eduardo Freitas da Rosa.
“Em consequência disso, existem profissionais sem
condições mínimas para atuar ou ministrar cursos sobre o método”, complementa.
“Pilates é um curso livre, não há exigência de
diploma não”, respondeu a atendente de uma entidades que oferece capacitação da
técnica, após a reportagem do iG Saúde perguntar se poderia participar
da próxima turma que forma professores sem ter diploma em nenhuma área.
Em risco: Uma em cada seis
academias em SP é clandestina
“São R$ 2 mil reais, pagos em até 10 vezes. O curso
tem 120 horas e mais um estágio de 30 horas que você pode fazer na nossa
unidade mesmo, com nossos matriculados”, explicou a moça ao telefone.
É verdade que, no contato com outros 8 estúdios que
oferecem curso de professor de pilates (três em São Paulo, dois no Rio Grande
do Sul, um na Bahia e outro em Florianópolis), só mais um aceitou a não
formação prévia em universidades que ensinam noções de anatomia ou fisiologia.
O restante disse que as aulas eram voltadas apenas
para fisioterapeutas e professores de educação física. Mas mesmo quem já
cumpriu a graduação, pode “se especializar” em “pilates para idosos” ou
“pilates para gestantes”, por exemplo, após cumprir apenas 16 horas de
treinamento.
“É muito sério isso que está acontecendo”, lamenta
a educadora física Cristina Abrami, diretora técnica do CGPA Pilates e uma das
profissionais que batalha para a regulamentação da prática e o aumento da
fiscalização.
“Hoje, se você colocar uma plaquinha na porta da
sua casa oferecendo as aulas, no dia seguinte terá três alunos matriculados.
Muitas academias oferecem o método em classes com mais de 10 alunos, sendo que
a prática deve ser o mais personalizada possível”, diz.
“Entregamos nosso corpo, a nossa saúde nas mãos de
pessoas que podem ter feito apenas um workshop ou visto um DVD sobre pilates”,
alerta Cristina Abrami.
Especial: Saiba tudo sobre a dor
Neste contexto de mão de obra não regulamentada e
capacitada para as aulas, a agravante é o perfil dos alunos. Nos últimos anos,
pesquisas pipocaram enaltecendo o pilates como “remédio” para problemas
crônicos, como dores
intensas, osteoporose
e outras alterações musculares e esqueléticas.
De fato, explica o ortopedista especializado em
coluna do Hospital das Clínicas de São Paulo, Raphael Marcon, o método é
excelente para a reabilitação e também para o condicionamento físico, com já
evidências científicas confirmadas.
Isso indica que quando chegam às aulas, muitos
praticantes já estão lesionados, com problemas de saúde e querendo amenizar os
sintomas doloridos. O problema é quando o que era para ser remédio acaba como
veneno. Segundo Marcon, o que ocorre é o caminho inverso.
“Os pacientes vão para as aulas de pilates para
recuperar da dor, mas acabam voltando com mais dor ainda”, afirma o
especialista.
Veja quais são
as dores que mais afastam as pessoas do trabalho
O presidente da Sociedade Brasileira de Coluna,
Luis Eduardo Munhoz da Rocha, acrescenta que os exercícios de pilates
fortalecem a região da lombar, mas podem exigir muito de uma estrutura já
comprometida.
“Os discos existentes entre as vértebras podem já
estar desgastados devido ao próprio estilo de vida (postura inadequada,
genética e até obesidade)”.
“Quando o pilates é ministrado por quem tem
conhecimento, o limite individual de cada praticante é mais respeitado. Seja
para a reabilitação, seja para o emagrecimento ou para o condicionamento
físico.”
A seguir, os especialistas ouvidos pela reportagem
dão dicas para o pilates não fazer mal à saúde
– Desconfie das aulas de pilates oferecidas para
mais de três alunos. Por ser muito específico, o curso deve abrigar no máximo
três participantes
– Solicite a formação do instrutor. Se o objetivo
for reabilitação física o ideal é procurar um fisioterapeuta. Caso o interesse
seja esporte, procure um educador físico. Ambos devem ter certificado e
capacitação em pilates em cursos com mais de 340 horas
– Passe por um médico antes caso o ponto de partida
para a procura do pilates seja uma dor. Os médicos afirmam que o sintoma
dolorido é o principal alerta de que algo no corpo não está bem. Pilates serve
como coadjuvante no tratamento e não como medicação
– Peça a licença do estúdio. Os órgãos de classe
(ou conselho federal de educação física ou conselho de fisioterapia) precisam
autorizar o funcionamento da unidade
– Não utilize como único critério de seleção da
escola o preço da mensalidade. Não é porque o curso é caro demais ou muito
barato que os instrutores são gabaritados
– Se estiver grávida (ou ficar grávida durante o
curso) pergunte ao seu médico se há alguma restrição ao pilates e siga o que
ele indicar. Em alguns casos, a atividade pode colocar em risco a gestação
Olha me desculpe mas como é uma democracia vamos lá…. mas acho melhor antes de falarem do Pilates estudar os métodos para ter coerência sobre o Pilates,hoje já existe pós graduação em Pilates então cuidado ao por todos na mesma panela.
Estudo Pilates a Anos sou Fisioterapeuta possuo 3 pós graduações sou fisiologista,Trabalho com o Pilates baseado em evidencia, hoje no meu Studio 90% dos Pacientes e ou alunos são de patologias de coluna.
Você sabe o que é uma pessoa ficar meses sem dormir ,acordar a noite com dor e chegar ao seu consultório para avaliação te pedindo pelo amor de Deus me Livra dessa dor e iniciar o Pilates e voltar a dormir noites inteiras sem dor? Te agradecer é assim que tem que ser todos patológicos de coluna . Esse é apenas um caso em meu Studio fora os outros, paciente no meu Studio são pacientes sem dor.
Creio sim que exista maus profissionais mas isso é em todas as áreas né? creio também que quem não estuda e não sabe o que esta fazendo acabara perdendo seus alunos e ou pacientes e fechar suas portas ficará só os que realmente os que se dedicam ao estudo .
Mas existem cursos sim sérios que são muito mais do que 120 horas, quem quer estudar o método tem sim ficar atento a qualidade do cursos e pós graduações.
Nunca vi nada tão funcional e completo como o Pilates ser fisioterapeuta e vc usar seu conhecimento junto com Pilates outras técnicas como osteopatia, Kinesio taping só quem tem muitos anos de estudo para fazer essa parte clinica junto do Pilates e isso amigos é muito mais do que só R$2 mil e uma plaquinha …..
Como presidente da ABRAPI (Aliança Brasileira de Pilates) e da Physio Pilates Educação, pioneira do Pilates no Brasil e , gostaria de parabenizar pela reportagem e aproveitar para esclarecer e aprofundar alguns tópicos. Realmente Pilates está sendo tratado por muitas empresas e muitos profissionais de forma irresponsável e cursos de curta duração e pouco aprofundamento não formam bons profissionais. Qualquer bom método só é benéfico quando bem aplicado e para isso é importante saber das precauções e benefícios de cada exercício de acordo com a população na qual o método será aplicado. Mas dizer que Pilates só pode ser aplicado individualmente ou para até 3 pessoas, é pura falta de informação. Este conceito pode ser aplicado para populações de alto risco, mas não pode ser uma generalização de qualidade do trabalho. Existem formações que abordam a aplicação do método para grupos e a depender da população onde será aplicado, este número pode chegar a 10 pessoas com segurança e qualidade. Com certeza este profisisonal deve ser da área de dança, yoga ou de educação física, áreas especializadas no trabalho de grupos. Os fisioterapeutas possuem treino para trabalho individual ou de duplas por normalmente trabalharem com populações me crise aguda e de alto risco. Com certeza também, a qualidade da formação é fundamental e geralmente isto leva a um custo e uma carga horária maiores.O rápido e o barato são preocupantes e bons alertas iniciais para que se busque maiores informações de um curso de formação para professor de Pilates. Profissionais de dança e de yoga formados em universidades, ou com formação em cinesiologia e/ou anatomia funcional, possuem os requisitos de conhecimento científico para a instrução de movimento e são portanto excelentes candidatos para a formação de instrutor de Pilates, pois também agregam um conhecimento holístico dos nossos corpos, que é fundamental ao Pilates e dialoga diretamente com as bases filosóficas do método.Para finalizar, Pilates não é atividade exclusiva de educadores físicos e de fisioterapeutas e portanto, nem todo estúdio de Pilates deverá ou poderá ser fiscalizado pelos órgão que controlam estas duas atividades. Vale ressaltar que TODOS os grandes mestres de PIlates que estudaram diretamente com o criador do método ainda vivos hoje no mundo, são profissionais da área de dança e uma destes mestres é também da área de psicoterapia. Um bom trabalho não se mede apenas por títulos e aparências, nem pelo exclusivo conhecimento científico do profissional. É preciso avaliar também em igual profundidade a integridade do profissional que o aplica (referências de quem o conhece), o profissionalismo, o tempo de experiência e as diversas formações que possui nas áreas de conhecimento das diversas ciências de movimento. Espero ter contribuído com um aprofundamento desta discussão.
Médica e Fisioterapeuta, trabalho com o método há 15 e certificao profissionais no método há 10 anos. Reconheco que somente uma escolha adequada de cursos e de profissionais com quem praticar o método pode assegurar aplicacoes do Pilates eficentes em qualquer área de atuacao.
No trabalho com o movimento e com adição de resistências (molas no caso do método) critérios bem definidos, seleção adequada do repertório, conhecimento de contra-indicações nas diferentes situações clínicas são indispensáveis e tudo isto apóia-se na formação adequada do profissional por meio de cursos que respeitem cargas horárias mínimas de certificação e atividades que assegurem a prática supervisionada dirante a formação.
Elaine de Markondes
Presidente DeMarkondes Pilates
Sou paciente em todos os sentidos fico perdido com tanta briga
Dos prifissionais
Ate eu ja pensei em montar uma acdemia de pilates os resultAdos sao muito bom .
Como disse sou paciente de uma clinica em mogi
Acho que e uma questao de direcionar de publico
Pessoas lesionadas deve fazer em clinicas medicas
devemos ser eticos esta e a palavra de ordem