O I Festival das Travestidas chega ao fim nesta quarta-feira, 19, somando sete dias de programação no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Mas antes, o Coletivo As Travestidas apresenta o musical Três Travestis, nesta terça-feira, 18, no Teatro do Dragão do Mar, às 20 horas. Da última quinta até domingo, foram apresentados Cabaré das Travestidas, Uma Flor de Dama e Quem Tem Medo de Travesti, além da exposição Trajetória Travesti. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).
A programação do último dia do Festival começa às 16 horas desta quarta, com o lançamento do livro BR Trans, do ator, diretor e dramaturgo Silvero Pereira. A obra é baseada no espetáculo homônimo que narra histórias reais de travestis e transexuais brasileiras que o dramaturgo conheceu durante sua pesquisa de 12 anos.
Silvero, que divide a direção com Jezebel de Carli, traz relatos e memórias de pessoas do Presídio Central de Porto Alegre, um dos primeiros a ter uma ala exclusiva para travestis e trans. Ao introduzir cada história, ele escreve, com um lápis de olho, no próprio corpo, o nome das personagens representadas.
Em junho último, BR Trans foi apresentado na Alemanha, dentro da programação do Projeto Brasil do Festival de Dresden. Criado em 2013, o espetáculo também já foi apresentado em Miami, nos Estados Unidos, no ano passado. O livro, lançado pela editora Cobogó, aborda as histórias retratadas no espetáculo. O autor estará no hall do teatro, a partir das 16 horas, para receber o público.
Três travestis traçam perfis na praça
No mesmo dia, às 20 horas, o musical Três Travestis será reapresentado, encerrando a primeira edição do Festival. Batizado pela música de Caetano Veloso, o espetáculo traz Gisele Almodóvar (Silvero Pereira), Mulher Barbada (Rodrigo Ferrera) e Betha Houston (George Hudson) cantando histórias sobre identidade, solidão, afeto, violência e religião no universo trans.
No setlist, canções de Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Nina Simone e Anthony Johnson. “Resolvemos construir esse espetáculo exatamente porque são três atores transformistas que contam, por meio da música, histórias sobre o universo trans – travestis, transexuais e transformistas”, diz Silvero ao Repórter Entre Linhas. “Dessa vez, (o Coletivo) tem como foco cantar histórias. Utilizar a música como dramaturgia”.
“É a música como potência na denúncia e na celebração”, explica Silvero. “Nunca produzimos nada que não seja para trazer uma questão social. É o nosso teatro”.
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[…] No último mês de outubro, o livro homônimo foi lançado em Fortaleza, dentro da programação do I Festival das Travestidas. […]