Musical Três Travestis encerra primeira edição do Festival das Travestidas (Foto: Fernanda Moreira)

Musical Três Travestis encerra primeira edição do Festival das Travestidas (Foto: Fernanda Moreira)

O I Festival das Travestidas chega ao fim nesta quarta-feira, 19, somando sete dias de programação no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura. Mas antes, o Coletivo As Travestidas apresenta o musical Três Travestis, nesta terça-feira, 18, no Teatro do Dragão do Mar, às 20 horas. Da última quinta até domingo, foram apresentados Cabaré das Travestidas, Uma Flor de Dama e Quem Tem Medo de Travesti, além da exposição Trajetória Travesti. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia).

A programação do último dia do Festival começa às 16 horas desta quarta, com o lançamento do livro BR Trans, do ator, diretor e dramaturgo Silvero Pereira. A obra é baseada no espetáculo homônimo que narra histórias reais de travestis e transexuais brasileiras que o dramaturgo conheceu durante sua pesquisa de 12 anos.

Silvero, que divide a direção com Jezebel de Carli, traz relatos e memórias de pessoas do Presídio Central de Porto Alegre, um dos primeiros a ter uma ala exclusiva para travestis e trans. Ao introduzir cada história, ele escreve, com um lápis de olho, no próprio corpo, o nome das personagens representadas.

Livro será lançado na quarta às 16 horas

Livro será lançado na quarta às 16 horas

Em junho último, BR Trans foi apresentado na Alemanha, dentro da programação do Projeto Brasil do Festival de Dresden. Criado em 2013, o espetáculo também já foi apresentado em Miami, nos Estados Unidos, no ano passado. O livro, lançado pela editora Cobogó, aborda as histórias retratadas no espetáculo. O autor estará no hall do teatro, a partir das 16 horas, para receber o público.

Três travestis traçam perfis na praça

No mesmo dia, às 20 horas, o musical Três Travestis será reapresentado, encerrando a primeira edição do Festival. Batizado pela música de Caetano Veloso, o espetáculo traz Gisele Almodóvar (Silvero Pereira), Mulher Barbada (Rodrigo Ferrera) e Betha Houston (George Hudson) cantando histórias sobre identidade, solidão, afeto, violência e religião no universo trans.

No setlist, canções de Gilberto Gil, Ney Matogrosso, Maria Bethânia, Nina Simone e Anthony Johnson. “Resolvemos construir esse espetáculo exatamente porque são três atores transformistas que contam, por meio da música, histórias sobre o universo trans – travestis, transexuais e transformistas”, diz Silvero ao Repórter Entre Linhas. “Dessa vez, (o Coletivo) tem como foco cantar histórias. Utilizar a música como dramaturgia”.

“É a música como potência na denúncia e na celebração”, explica Silvero. “Nunca produzimos nada que não seja para trazer uma questão social. É o nosso teatro”.

https://www.youtube.com/watch?v=4u4l3DpszA0

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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