Dylan Farrow diz que sofreu abusos pelo cineasta aos 7 anos

Woody Allen na exibição de “Roda Gigante”, no Museu de Arte Moderna (Moma), em Nova York (Foto: AFP / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / Dimitrios Kambouris)

Dylan Farrow, filha adotiva do cineasta Woody Allen, falou publicamente pela primeira vez sobre os abusos sexuais supostamente cometidos pelo pai, em uma entrevista concedida ao programa norte-americano “CBS This Morning”, que foi ao ar hoje (18).

“Eu sou confiável e estou dizendo a verdade. Acho que é importante que as pessoas percebam que uma vítima, uma acusadora, importa. E que isso é suficiente para mudar as coisas”, disse Dylan em um trecho da entrevista, gravada na segunda-feira (15), em sua casa em Connecticut, Estados Unidos.

Em 2014, ela havia escrito uma carta aberta, publicada no blog do jornal norte-americano “The New York Times”, relatando abusos que aconteceram quando tinha sete anos de idade, no sótão de sua casa, quando, segundo ela, seu pai tocou seus lábios e sua vulva com o dedo.

Desde então, não havia mais comentado o assunto, e Allen sempre negou as acusações. O caso, porém, voltou à tona no fim do ano passado, com os escândalos envolvendo o cineasta Harvey Weinstein, acusado por dezenas de mulheres de assédio sexual.

Em um editorial publicado em dezembro de 2017 no “Los Angeles Times”, Dylan questionou o motivo de pouparem o seu pai em meio às outras denúncias.

Dylan Farrow foi adotada por Woody Allen e Mia Farrow em 1992, quando tinha duas semanas de idade. “Eu quero mostrar meu rosto e contar minha história. Quero colocar para fora, literalmente”, disse a jovem de 32 anos.

“Eu amo meu pai e respeito ele. É meu herói. Mas isso, obviamente, não tira o que ele fez. Apenas faz com que a traição e a ferida sejam ainda mais intensas”, criticou.

Além da polêmica com Dylan Farrow, Woody Allen, de 82 anos, se casou com sua outra filha adotiva, Soon-Yi Previn, de 47 anos.

Fonte: Ansa

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Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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