Oito décadas. É esse o tempo que Batman, o conhecido Homem-Morcego, combate o crime em Gotham City. Criado pelo artista Bob Kane e o roteirista Bill Finger, o justiceiro transcende as páginas da DC Comics, nos quadrinhos, e se tornou um dos ícones da cultura pop ao longo do último século.

A primeira aparição do milionário Bruce Wayne foi na edição de Nº 27 da revista Detective Comics – publicada até hoje – lançada em 30 de março de 1939. De lá pra cá, estrelou algumas das histórias mais populares do mercado, como “O Cavaleiro das Trevas“, que ajudou redefinir o gênero. Batman também ganhou séries de TV, animações e vários filmes.

O Blog fez uma seleção de grandes histórias nos quadrinhos do personagem para quem quer conhecer ou relembrar a história do personagem. Segue.

O Cavaleiro das Trevas

Lançado em 1986, “Batman – O Cavaleiro das Trevas” é, provavelmente, uma das mais populares histórias em quadrinhos já produzidas.

Sob autoria de Frank Miller, que escreve e ilustra a minissérie lançada originalmente em quatro edições, a narrativa apresenta um Cavaleiro das Trevas já mais velho e voltando a ação. O título ganhou sequência em 2002.

Miller foi convocado para escrever a minissérie após estabelecer uma storyline hoje considerada clássica para o Demolidor, na Marvel Comics.

A Piada Mortal

Não é exatamente uma história do Batman. A graphic novel de Alan Moore e Brian Bolland mostra como um comediante mal sucedido, à beira da loucura, se torna o Coringa.

No roteiro do criador de “Watchmen“, o que separa um homem considerado são da loucura é apenas um dia ruim. Partindo desse princípio, ele tenta enlouquecer o comissário Gordon para atacar indiretamente seu nêmese.

Vencedor do Prêmio Eisner, na categoria Melhor Álbum Gráfico, em 1989, o título chegou a entrar para a lista de bestsellers do New York Times.

Ano um

Frank Miller reimagina a origem do Batman em “Ano Um”, arco escrito logo após “O Cavaleiro das Trevas”. Dessa vez, ele trabalha com David Mazzucchelli para contar quem é o herói e como se ele tornou o que é. O livro mostra o ainda tenente James Gordon recém chegado na polícia de Gotham. Bruce Wayne retorna à cidade na mesma época, após uma temporada de treinamento.

O Longo Dia das Bruxas

A DC Comics apresenta a gênese do Duas-Caras e a relação da Mulher-Gato com o Batman, além da evolução da amizade entre Gordon e Wayne.

O mote é o período de um ano, do dia 31 de outubro a outro, com investigação de uma série de crimes que contam com o mesmo modus operandi e sempre em datas comemorativas. A autoria é da dupla Jeph Loeb e Tim Sale, conhecida pela parceria nos trabalhos.

Escrita por Jeph Loeb e Tim Sale, “O Longo Dia das Bruxas” teve 13 edições lançadas entres 1996 e 1997. Foi eleita Melhor Minissérie no Eisner em 1998. Uma curiosidade é que a frase “Eu acredito em Harvey Dent”, recorrente no roteiro, foi usada na campanha viral do filme “O Cavaleiro das Trevas”.

Silêncio

Embora relativamente recente (2002-2003), “Silêncio” já é considerado um dos clássicos do Morcego. A trama distribuída em 12 edições acompanha as ações do misterioso vilão Silêncio, que persegue Batman e coloca contra ele vilões com características modificadas e mais perigosos.

Em um dos momentos mais memoráveis, Batman enfrenta um Superman dominado por outra grande vilã. A DC prometeu, para este ano, uma animação que contará pela primeira vez com o vilão Silêncio.

No Brasil, a série saiu em duas partes pela coleção de graphic novels da Eaglemoss. A edição inclui “Bat-man: O Caso da Sociedade Química”, a primeira aparição do herói.

O Que Aconteceu ao Cavaleiro das Trevas?

Neil Gaiman e Andy Kubert juntam forças para entrelaçar décadas de história enquanto Batman descansa em um caixão e observa o próprio velório. Aliados e vilões passam pela macabra cerimônia e relembram momentos com o Morcego, como Coringa, Duas-Caras, Mulher-Gato, Charada, Robin e até o Superman.

A edição brasileira traz os esboços de Andy Kubert, que ao lado de Gaiman pensou em mostrar diferentes versões do Homem-Morcego para homenagear os diferentes artistas que deram vida ao herói ao longo dos anos, como Neal Adams, Dick Sprang, Jim Amparo e o próprio Bob Kane.

Corte das Corujas

Enquanto reflete sobre a natureza de Gotham, Bruce Wayne apresenta seu plano de reforma urbana para a cidade. E um novo assassinato levanta suspeitas sobre um dos mais antigos aliados de Batman. O Morcego investiga o improvável envolvimento de Dick Grayson no assassinato e chega a mais pistas relacionadas a Corujas.

Morte em Família

E se os fãs decidissem pela morte ou pela vida de Robin? Foi exatamente o que aconteceu com “A Death in the Family”, publicada entre 1988 e 1989 pela editora.

O público poderia manter inalterado o status de Batman e Robin, a Dupla Dinâmica, ou retornar o Homem-Morcego ao que era no início de sua carreira, um solitário taciturno combatente do crime.

Após sua maior derrota, Jason Todd – o Robin – foi assassinado pelo Coringa e Batman tornou-se uma vez mais o solitário protetor de Gotham City.

O encadernado explica as consequências da tragédia e mostra se Batman seria capaz de se recuperar de um baque como esse. Ou melhor, se ele realmente precisava de um Robin.

A Queda do Morcego

O mais longo arco já publicado nas revistas do Batman, “A Queda do Morcego” foi publicado entre abril de 1993 e agosto de 1994, nos Estados Unidos.

Aqui, Superman morre e Lanterna Verde se torna um vilão. Aquaman tem uma das mãos devoradas e se torna um homem amargurado. Não bastasse, Wayne fica paraplégico após levar uma violenta joelhada na coluna cervical de Bane. A cena é uma das mais memoráveis do herói.

Asilo Arkham

Coringa lidera praticamente todos os internos do Asilo Arkham, o lar dos criminosos insanos de Gotham. Dentre esses pacientes estão Duas-Caras, Chapeleiro Louco, Crocodilo, Cara de Barro e Espantalho. No conto de horror, os vilões sequestram os funcionários do asilo e pedem, em troca, que o Homem-Morcego se entregue. O roteiro é Grant Morrison e as ilustrações são de Dave McKean.

About the Author

Rubens Rodrigues

Jornalista. Na equipe do O POVO desde 2015. Em 2018, criou o podcast Fora da Ordem e integrou as equipes que venceram o Prêmio Gandhi de Comunicação e o Prêmio CDL de Comunicação. Em 2019, assinou a organização da antologia "Relicário". Estudou Comunicação em Música na OnStage Lab (SP) e é pós-graduando em Jornalismo Digital pela Estácio de Sá.

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