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Sempre tive, tenho e terei cuidado ao fazer críticas a um jogador, mas nunca vou deixar de fazê-las. É sempre importante, entretanto, pontuar de forma clara – com alguma frequência falo isso na TV e na rádio – que são observações profissionais que fazem parte do meu trabalho. É fundamental, entretanto, jamais julgar o atleta do ponto de vista pessoal. É preciso, então, abordar a situação de Deola no Fortaleza e ao que tudo indica não há mais espaço para o goleiro. O que já estava ruim, ficou pior.

A sequência de falhas é muito ampla e começa logo na estreia dele contra o Icasa no Campeonato Cearense. Vamos esquecer outros deslizes na primeira fase do estadual porque nos jogos decisivos a situação complicou ainda mais. Contra o Ceará, na rodada final da primeira fase Copa do Nordeste, Deola saiu muito mal e Charles fez o gol. Contra o Sport, na Ilha, quartas de final da mesma competição, saída errada e gol de Samuel, o da vitória do time do Recife que acabou eliminando o Fortaleza nos pênaltis.

Na final do estadual, falha clamorosa no gol do empate do Ceará, marcado por Ricardinho num chute de fora da área quando Fortaleza tinha o jogo na mão.  E nesta quarta-feira, equívoco enorme no segundo gol do Coritiba na Copa do Brasil. O goleiro poderia ter resolvido o problema com as mãos, mas chutou a bola em cima de Tinga e Raphael Lucas marcou o gol da vitória do Coxa. Posteriormente, na decisão por pênaltis, nenhuma defesa nos 11 chutes e ainda o desperdício da última cobrança.

Evidente que ter perdido o pênalti e não ter evitado nenhum gol não são situações condenáveis de forma isolada, mas a postura nas cobranças foi  bem ruim e justamente num confronto em que o Fortaleza não jogou mal diante de uma equipe da Série A e que renderia 560 mil reais de cota, além de uma boa renda líquida contra a Ponte Preta. Além disso, Deola tem tido problemas com chutes de fora da área, tomando gols em bolas defensáveis, ainda que não sejam “frangos”.

Não há neste momento justificativa para a manutenção do jogador como titular do time. Inexistem argumentos técnicos para Marcelo Chamusca prosseguir com essa decisão. A falta de confiança é evidente. A pressão do torcedor é grande e vai certamente atingir a diretoria. Com contrato até o fim do ano e tendo parte dos salários pagos pelo Palmeiras, é hora de mudar. Se não há confiança nos reservas Erivélton e Max, a única solução é buscar alguém no mercado, desde que seja um goleiro confiável, algo que o Fortaleza não tem faz bastante tempo.

Atualização: Deola não foi relacionado para a estreia do Fortaleza na Série C, neste domingo, contra o Icasa. Foi preservado pela comissão técnica. Não se sabe o futuro do goleiro, que não admitiu ter falhado no jogo contra o Coritiba. A semana será de especulação, já que o Fortaleza, no outro fim de semana, joga em casa contra o Vila Nova, pela segunda rodada da competição.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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