lucianoLuciano Reis, novo contratado do Fortaleza para coordenar as categorias de base do clube, tem planos ambiciosos. Com mais de 30 anos de carreira comandando Vitória, Bahia e no futebol de base dos Estados Unidos, indicado por Dudu Cearense e mais do que aprovado pela diretoria e por Marcelo Chamusca, que foi seu jogador no Bahia, ele chega ao tricolor para implementar do zero suas ideias e quer, em dois anos, transformar o Fortaleza no maior celeiro de jogadores do Nordeste e um dos principais do Brasil. “Será um trabalho totalmente novo, vamos começar do zero, nada vai ser igual. Vou usar uma filosofia que aprendi em décadas de experiência na prática no Brasil e estudo nos EUA, situações que me ajudaram a participar da revelação de dezenas de jogadores (Alex Alves, Dudu Cearense, Bobô, Vampeta, Dida, Paulo Isidoro, Hulk, Zanata e Davi Luiz são os que ele mais cita) “.

A conversa que tive com ele foi no programa Futebol do POVO, exibido de segunda a sexta, às 18h, sempre ao vivo, na TV O POVO e no Esporte Interativo Nordeste, disponível também no EI Plus e no YouTube da TV O POVO.

Luciano, sem hipocrisia, deixou claro que tem dois objetivos principais: melhora na transição da base para o aproveitamento dos jogadores na equipe profissional e venda dos direitos econômicos de atletas para o exterior. “Os clubes precisam vender atletas para terem fôlego financeiro, não adianta tapar o sol com a peneira”.

Para tanto, ele deseja colocar o Fortaleza, que já tem tradição em revelar jogadores, na rota de torneios internacionais contra as melhores equipes do mundo; fazer um trabalho conjunto com sub-13, sub-15, sub-17 e sub-20 para que exista uma estrutura tática e técnica uniforme; passar a aproveitar os meninos do sub-17 e sub-20 em treinos constantes com os profissionais; dar vida ao CT Ribamar Bezerra, aproveitando o que ele chama de uma estrutura melhor do que a de Vitória e Bahia; acompanhamento psicológico e escolar dos atletas; contratação de um observador para rodar o estado em busca de novos jogadores e muitas “peneiras” para selecionar os meninos.

Na semana que vem o coordenador começa também um trabalho no campo. Vai passar uma semana com cada treinador das diversas categorias de base do clube. A única coisa que ele pede é paciência: “não teremos jogadores prontos em dois dias ou um mês. O trabalho é de médio e longo prazo e vamos fazer acontecer” .

 

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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