Falta de mobilidade; ausência completa de criatividade; passividade na marcação e nenhuma objetividade com a bola nos pés. O Ceará que entrou em campo contra o Náutico, nesta terça-feira, quinta rodada da Série B, apenas viu o adversário jogar. A derrota por 2×0 foi o reflexo do que o time do técnico Silas não apresentou em campo, apesar de ter tido muito mais posse de bola do que o adversário (58 a 42%). A atuação assustou e em nada lembrou a campanha invicta e campeã da Copa do Nordeste. Agora são 15 pontos disputados e apenas quatro conquistados.

A partida teve as mesmas características tanto no primeiro, como no segundo tempo. Escalado com Uillian Correia, Sandro Manuel, Eloir e Ricardinho no meio-campo, a equipe não teve alternativas pelos lados do campo, até porque os laterais não conseguiram apoiar com qualidade em momento algum.  Roniery (depois Sandro Manuel, improvisado) e Fernandinho se limitaram ao campo defensivo. Isolado, William recebeu apenas uma bola pra tentar finalizar, lance em que se enrolou. Wescley também nada produziu, ficando encaixotado na boa marcação do Náutico. O Ceará foi uma equipe amarrada e lenta.

Com a bola, a equipe da casa não mostrava talentos individuais importantes, mas ao menos tinha jogo coletivo, força e movimentação suficientes para complicar o sistema defensivo do Ceará que, não raro, ficava olhando os jogadores adversários tocarem a bola. A jogada do segundo gol do Náutico foi sintomática. William Magrão, sem qualquer marcação, finalizou da entrada da área, com cinco jogadores alvinegros apenas observando.

ARBITRAGEM

Ao contrário da partida contra o CRB, na rodada passada, quando foi muito prejudicado por um gol mal anulado de Sandro, aos 44 minutos do segundo tempo, situação que tirou dois pontos do alvinegro na classificação, o Ceará não tem do que reclamar da arbitragem no Recife. Roniery puxou o braço de Hiltinho e o derrubou antes do primeiro minuto de partida. O árbitro acertou, mas errou ao dar cartão ao zagueiro Sandro. Nos dois lances reclamados como pênalti a favor do Ceará, os jogadores do Náutico não tiveram qualquer objetivo de tocar a mão na bola e muito menos assumiram o risco.

Tagged in:

, ,

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles