O Ceará deixou a escapar um lugar entre os oito melhores times da Copa do Brasil. Se pensar em classificação antes do primeiro confronto era bastante difícil, depois de bater o São Paulo por 2×1 no Morumbi a equipe tinha boas condições de garantir a vaga no Castelão, mas  uma sucessão de erros tirou o alvinegro na disputa.

O primeiro erro foi não escalar o que tinha de melhor no confronto desta quarta-feira. Apesar de não poder contar com vários atletas que já atuaram na Copa do Brasil, Marcelo Cabo tinha condições de colocar em campo uma equipe bem mais forte, ainda que a Série B seja prioridade. Entretanto, por incrível que pareça, o grupo escalado foi inferior ao do jogo de ida, com Julio César e Rafael Costa no banco, além de atletas que não jogavam faz tempo, como Cametá e Siloé.

O terceiro erro foi a expulsão de Wellington Carvalho. O zagueiro,  imprudente e violento, fez uma falta desnecessária em Pato.  Não esqueci do segundo erro. Ele foi anterior, no começo da partida, quando Fabinho, num ótimo contra-ataque,  perdeu um gol que não se perde, sem marcação, na frente de Rogério Ceni. O 1×0 a favor do alvinegro naquele momento teria um efeito avassalador no elenco tricolor.

O Ceará se comportava muito bem até o jogo estar 11×11. Lento, sem criatividade, o São Paulo pouco criava e mostrava todas as suas limitações. Luis Carlos havia feito apenas duas defesas em chutes de fora da área, um de Michel Bastos, outro de Pato. Segundos depois da expulsão de Wellington,  Carlinhos invadiu a área, Sanchez parou na frente dele e o jogador do São Paulo forçou a falta. Eu não vi pênalti, mas o mundo entendeu que foi, inclusive o árbitro. O 1×0 foi definido por Rogério Ceni.

No segundo tempo, o Ceará cometeu seu quarto erro para a desclassificação, mas aí já contaminado por estar com apenas 10 homens em campo. O time optou por tentar sair para o jogo, quando o ideal era se manter com a mesma postura do primeiro jogo, contando com a fragilidade do elenco do São Paulo para criar e se livrar de linhas organizadas de defesa.

Quando Thiago Mendes fez o segundo gol no começo da segunda etapa, a classificação estava decidida. E o mérito do São Paulo apareceu, especialmente para tocar bem a bola e controlar o jogo com quase 70% de domínio e desta vez sem a loucura dos 72 cruzamentos do Morumbi. O terceiro gol,  marcado por Pato, saiu naturalmente e o Ceará só teve forças para colocar uma bola na trave, depois de cobrança de falta de Fabinho.

Apesar da desclassificação esperada antes das duas partidas, o Ceará não fez feio, mas cometeu erros demais, especialmente na partida decisiva. Facilitou a vida de um São Paulo cheio de problemas e que dificilmente passará das quartas de final da Copa do Brasil.

 

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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