O Ceará vive o seu melhor momento na atual edição Série B. Depois da derrota para o Criciúma por 3×0, em Santa Catarina, foram três jogos, um gol sofrido e nove pontos conquistados (Botafogo, Boa e Mogi Mirim), sequência que não ocorria na Série B desde meados de 2014.

Todas essas quatro partidas foram comandadas por Lisca, o quinto técnico do Ceará no ano e o quarto na Série B (um completo absurdo), que tem aproveitamento de 75% dos pontos disputados. O estilo alegre e motivador do gaúcho de 43 anos, aliado ao seu bom conhecimento tático, resgate do esquema 4-2-3-1 e valorização de atletas como João Marcos, Alex Amado e Éverson, trouxeram a um time considerado por muitos como quase rebaixado – inclusive boa parte de seus torcedores – esperança e chances reais de subir para a Série B, como tem falado Robinson de Castro, presidente do clube, inclusive na entrevista deste domingo concedida ao repórter André Victor nas páginas do Jornal O POVO.

O Ceará hoje depende exclusivamente de suas forças para não disputar a Série C em 2016. São três pontos atrás do Macaé (38 a 35), primeiro time fora da zona do rebaixamento e ainda com o confronto entre eles marcado para o dia 28 de novembro. Desde a sexta rodada que o alvinegro está entre os quatro piores times da competição e de lá não consegue mais sair. A distância atual de três pontos, entretanto, é a menor desde a oitava rodada, quando a diferença era de dois pontos.

O primeiro turno do time foi desastroso, com apenas 24,6% de aproveitamento. Terminou na lanterna com 14 pontos, o segundo pior ataque (15 gols), a terceira pior defesa (30 gols) e 11 derrotas em 19 partidas, uma desempenho surreal para uma equipe campeã da Copa do Nordeste com autoridade.

No segundo turno, entretanto, o alvinegro ocupa a oitava colocação. São 21 pontos em 14 partidas disputadas, ou seja, 50% de aproveitamento. São 19 gols marcados (oitavo melhor ataque) e 18 sofridos (12ª melhor defesa).  A melhora é evidente, mas ainda insuficiente para compensar o que ocorreu na primeira parte do campeonato.

Seja como for, o cenário era bem dramático há alguns meses (basta lembrar que o Ceará, na 18ª rodada estava distante nove pontos para sair do Z4). Agora, restando cinco rodadas, a permanência na Série B está longe de ser uma certeza, a situação é desconfortável, até porque pelo caminho há adversários fortes como Bragantino, Vitória e América-MG, além de ABC e do Macaé, mas as esperanças foram renovadas. E o que seria do futebol sem elas?

 

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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