O bonito gol de Eduardo, fruto de ótima assistência de Pio na cobrança de falta, parecia ser um aviso precoce de que o Fortaleza ganharia bem do Botafogo-PB. Não foi nada disso. A equipe não usou a vantagem a seu favor e sem criatividade – e sobretudo tranquilidade -permitiu que o time de João Pessoa empatasse e conquistasse seu primeiro ponto na Copa do Nordeste.

Entre tantas falhas do tricolor, dois aspectos são os mais preocupantes. O primeiro: a zaga segue com falhas individuais importantes. Max e Edimar foram sacados, mas Lima e Leonardo não mostraram segurança desde que entraram na equipe. Se ainda é cedo para tirar conclusões de como o Fortaleza vai se sair na temporada, já é tarde para constatar que é preciso a contratação de dois bons zagueiros .

O segundo ponto que considero relevante tocar é a desorganização do meio-campo. Por vezes o time se formava com quatro ou cinco atacantes na área, mas com um gigantesco hiato no meio campo. Nem vou citar jogadores nominalmente porque ninguém foi bem. Faltou tranquilidade e talento para ser uma equipe intensa e, mais ainda, ausência de jogadores agrupados, próximos.

O que se viu foi uma desorganização grande na criação. Faltou pensar o jogo, aproveitar o ruim momento do adversário, que tem um elenco inferior, mas se mostrou mais coerente taticamente, mereceu o empate e até poderia ter virado o placar em um lance que Erivelton salvou.

Em tempo: sobre a pressão em cima do trabalho de Flavio Araújo me parece completamente descabida. Em fevereiro fazer qualquer questionamento no sentido de demissão é absurdo. Claro que há o que melhorar. São três jogos sem vitória e pouco futebol. A torcida tem sim que reclamar, cornetar, protestar, mas certamente não resolveria nada alguma radical atitude contra o treinador.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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