Ao tomar o gol do Sampaio Corrêa logo no início da partida, o Ceará teve a chance de mostrar uma qualidade importante do grupo: capacidade de manter a tranquilidade sob pressão. Era um jogo fundamental para o futuro da equipe na Copa do  Nordeste. Uma derrota complicaria demais, mas a equipe teve frieza para buscar o empate e manteve o padrão tático até o fim, mesmo depois da virada.

A superioridade sobre o adversário foi evidente durante o jogo todo.  O 3×1 foi construido com autoridade de quem sabia ser melhor. Serginho se movimentou muito, tem qualidade no passe, parece ter deixado Alex Amado para trás na concorrência, já que só há vaga para um diante da formação com Bill e Rafael Costa juntos. E ambos estão jogando bem, especialmente Rafael Costa. Atuação desta quarta, no PV, foi monstruosa. Fez gol, deu assistência, driblou, se movimentou abrindo espaços. São quatro gols em menos de três partidas completas. Está melhor do que o ano passado, ainda que tenha ficado quase três meses sem atuar em partidas oficiais.

Lisca, pelo jeito,  não deve abrir mão de João  Marcos e Baraka. É um dupla que marca bem, faz boa cobertura dos avanços pelos lados, mas não tem saída de bola de qualidade. Até é possível compreender diante da escalação de Bill e Rafael Costa juntos porque a equipe perde recomposição. É aí que Cametá e  Fernandinho precisam participar efetivamente da transição da defesa para o ataque. Não fazem isso ainda com correação. Existe a necessidade deles serem alas nesse esquema para que a bola gire com mais qualidade, não apenas laterais.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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