É plenamente compreensível a chateação do torcedor do Fortaleza. São legítimos os protestos pacíficos, todos.  Nos cinco jogos mais recentes, apenas uma vitória e,  até mais relevante do que os resultados ruins, o futebol da equipe involuiu.

Há problemas táticos importantes. Flávio Araújo parece bastante indeciso na forma de montar o time. Já testou pelo menos três variações em pouco espaço de tempo. Como alguns jogadores estão abaixo do que poderiam render, o técnico também troca peças, mas nem sempre acerta.

É incompreensível, por exemplo, a ausência de Felipe no time titular. Claro que ele não é a salvação, mas merecia jogar. Juninho também mostra potencial quando entra, mas não é efetivado. Núbio Flávio foi titular e no jogo seguinte não foi relacionado. Dudu Cearense não tem sido opção nem para entrar na vaga do reserva do reserva, mas era titular. Max Oliveira e Edimar começaram na zaga e falharam demais. Foram substituídos por Lima e Leonardo  Luiz, que também não foram bem.  As contusões também têm atrapalhado, é impossível não levá-las em consideração.

Deixo claro, portanto, que criticas são necessárias ao trabalho do treinador, mas quando as faço estou muito longe de defender sua saída. Melhorar é necessário, mas uma demissão seria um passo para trás. Como sempre seria uma solução para esconder os outros problemas de formação do elenco, técnicos, de comportamento e comprometimento.

Nos cinco anos mais recentes, não há dúvida de quem teve mais sucesso se compararmos a trajetória do treinador e do clube. Com tempo para trabalhar, confiança real da diretoria e qualificação de elenco a chance de sucesso é bem maior do que uma eventual demissão.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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