Não faltou entrega mútua dos jogadores em campo no primeiro Clássico-Rei de 2016, daquela que orgulha qualquer torcedor.  O 2 a 1 a favor do Fortaleza foi o reflexo correto de uma partida tensa, muito brigada, boa de assistir, com os técnicos mudando esquemas táticos e peças no decorrer do jogo, mas de pouco brilho técnico ofensivo. Quem apareceu, entretanto, foi  bem demais, caso de Jean Mota, o nome da partida. Dois passes lindos para os gols da virada tricolor, marcados com frieza por Anselmo (nove gols, fase ótima) e Núbio Flávio (golaço).   

É difícil escrever sobre a peleja sem citar a arbitragem desastrosa. Foi o caos. Para além do pênalti inacreditável marcado a favor do Ceará – a bola bateu na nuca do zagueiro Lima – muitos outros erros ocorreram que prejudicaram as duas equipes. Faltas mal marcadas, cartões amarelos e vermelhos não dados, escanteios não dados,  impedimentos equivocados anotados e falta de pulso para controlar a falta de respeito dos atletas.

O jogo teve alternância de domínio dentro dos dois tempos, mas Marquinhos Santos mostrou com as alterações que fez bem mais vontade de jogar ofensivamente. Não por acaso conseguiu a virada com um time mais organizado na frente, mérito evidente do técnico por mais que tenha chegado recentemente. Juliano entrou muito bem na vaga de Dudu Cearense (mais um jogador que o Fortaleza perde machucado); Everton e Pio correram demais.

Lisca tem a chance de repensar os muitos volantes em campo porque fica dependente demais de Bill e Rafael Costa ou dos laterais. O time fica sem saída de bola de qualidade, sem condição de propor o jogo com consistência. E Cametá e Fernandinho não foram bem neste domingo e falharam nos gols do Fortaleza. Ainda assim a equipe teve oportunidades para fazer mais gols e dominou o adversário especialmente nos primeiros 25 minutos de cada tempo, mas muito em função de lançamentos longos e cruzamentos. Rafael Costa perdeu a chance de fazer 2×0, por exemplo, numa chance muito clara de cabeça e Ricardo Berna foi bem quando acionado.

O Fortaleza agora tem seis pontos no seu grupo em dois jogos na segunda fase e o Ceará tem apenas um. Faltam quatro rodadas para que os semifinalistas sejam conhecidos. O alvinegro precisa de atenção e pontos. (Na classificação geral, Fortaleza tem 26 e o Ceará, 23)

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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