Com a maior folha de pagamento e a melhor estrutura recente do futebol cearense, o Ceará escreveu neste domingo um capítulo lamentável na sua história. O mundo não vai acabar, certamente, mas a eliminação do estadual – que também tira o clube da Copa do Nordeste em 2017 – é um vexame que precisa ser entendido e exige atitudes firmes da diretoria, também bastante responsável pelos muitos prejuízos daqui para frente, tanto como jogadores e comissões técnicas.

Por mais que a rodada final do estadual tenha sido marcada pela infâmia, com atrasos lamentáveis nas partidas de Ceará e Fortaleza, além de erros grotescos de arbitragem nas partidas do PV e do Castelão – gol do do Guarani na vitória por 1×0  totalmente impedido e o primeiro pênalti marcado para o Ceará no 5×1 sobre o Uniclinic muto longe de ter ocorrido – o grande responsável é o próprio alvinegro, que se colocou numa situação sem pé e nem cabeça por total incompetência técnica.

Quanto à boa parte da torcida do Fortaleza, que pediu para o time ser derrotado pelo Guarani ajudando a eliminar o Ceará, não foi nada diferente da atitude de boa parte dos torcedores do alvinegro, que em 2011 viram o time perder ajudando a eliminar o tricolor. As derrotas nunca serão provadas se foram propositais ou não, mas quando a rivalidade entra em campo a ética é ignorada. Esportivamente é algo grotesco, sempre a se lamentar, mas o futebol é reflexo absoluto da sociedade brasileira. E essa nós conhecemos muito bem que apito toca.

Fortaleza, Guarani, Guarany e Uniclinic nas semifinais do Campeonato Cearense. Assim, o time comandado por Marquinhos Santos tem caminho aberto para conseguir o bicampeonato.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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