Ótima matéria do repórter André Victor Rodrigues nas páginas do caderno de esportes do O POVO desta quinta-feira revela, entre outros detalhes, que a folha de pagamento do Guarani de Juazeiro é cerca de 17 vezes menor do que a do Ceará (48 mil reais diante de 800 mil). Já os gastos do Uniclinic com o elenco (80 mil reais) são 10 vezes menores do que o do alvinegro. Ambos estão na semifinais do Campeonato Cearense e lutam por vaga na Série D, Copa do Nordeste e Copa do Brasil.

Evidente que o futebol é o que é – o melhor esporte do mundo – justamente porque equipes com menos estrutura e dinheiro ganham das mais fortes, mas ao mesmo tempo a revelação destes montantes indica que o trabalho do Ceará necessita de uma mudança completa.

Não faz o menor sentido que o alvinegro, com a ótima estrutura recente construída e planejada – inclusive por mérito do atual grupo que comanda o clube – fique fora das semifinais de um campeonato estadual com nível técnico muito baixo e com equipes com gastos que não pagam as principais estrelas do time que será comandado por Sérgio Soares.

É verdade que o presidente Robinson de Castro assumiu os erros até porque não tinha outra alternativa. Ao declarar, pressionado pela torcida colada no alambrado ávida por explicações, que tudo que tinha sido feito era para ser esquecido, o dirigente também abre caminho para uma obrigação ainda maior, que é a correção de rota com a Série B perto de começar, especialmente porque a lembrança do susto de 2015 deve ser perpetuada justamente para que não ocorra mais uma vez.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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