Há de se valorizar – e não é pouco – a classificação do Fortaleza para a terceira fase da Copa do Brasil. Nem tanto pelos 660 mil reais de cota ou por colocar o clube entre os 20 melhores da competição, mas pela estratégia pensada por Marquinhos Santos e executada perfeitamente pelos seus jogadores diante de um adversário com uma folha de pagamento absurdamente maior. Só Guerrero ganha mais do que todo o elenco do Fortaleza. É bizarro.

Tanto na vitória do Castelão por 2×1, como no triunfo desta quarta-feira, em Volta Redonda, por 2×1, o Tricolor entrou em campo sabendo exatamente o que fazer, apostando em um ótimo e bem treinado posicionamento defensivo com participação coletiva responsável e recheada de força e alma, em conjunto com saída rápida com bola no chão para o ataque.

Para quem não viu o Fortaleza jogar sob o comando de Marquinhos Santos contra os adversários mais robustos do ano – Ceará, Sport, Bahia, especialmente – talvez seja uma surpresa que um time que dispute a Série C elimine uma equipe da Série A, mas como falei insistentemente no program Futebol do POVO, pelo futebol apresentado por ambos neste ano, não seria surpresa alguma que o Tricolor levasse vantagem. As limitações do Flamengo são gritantes e denotam um trabalho ruim do clube, o oposto do que o Fortaleza tem feito desde a chegada do novo técnico.

Os gols de Anselmo e Felipe na primeira partida e os tentos de Pio no segundo jogo retratam perfeitamente como o Fortaleza mereceu em campo passar pelo Flamengo. Cito os três que marcaram, mas a responsabilidade deste momento importante para o Fortaleza não é individual. É de um grupo que foi construído com base sólida e que tem uma missão fundamental de colocar o time na Série B do Campeonato Brasileiro.

 

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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