Por André Victor Rodrigues

No último domingo, a equipe do Fortaleza voltou a registrar má atuação e empatou com o Salgueiro fora de casa por 1 a 1. O resultado tirou a liderança do Grupo A das mãos do Leão ao fim da 6ª rodada da Série C do Campeonato Brasileiro. Perda de posição na tabela que está ligada diretamente aos problemas enfrentados pelo técnico Marquinhos Santos na hora de repor com qualidade peças do time titular. Enquanto não encontra a melhor forma de lidar com desfalques e ausência de jogadores que começaram a temporada, a oscilação intensificou o alerta para os tricolores nesta primeira fase da competição.

Desde que começou a Terceirona de 2016, o Fortaleza perdeu jogadores que vinham assumindo papeis importantes no time – Dudu Cearense e, especialmente, Jean Mota. Além disso, o Departamento Médico no Pici tem enfrentado dias de muita movimentação – Lima, Daniel Sobralense e Juliano se recuperam fisicamente após casos de contusão.

Enfrentar este processo tem nitidamente desnorteado planos da comissão técnica na hora de formatar o time. Há dois jogos sem vencer, o Leão não consegue devolver ao meio-campo a solidez vista antes quando o time estava “fechado”. Entra aí, claro, a discussão sobre o quanto as peças de reposição do Fortaleza foram preparadas para assumir protagonismo no time em momentos de urgência ao longo do Brasileiro. Pelo que mostraram até aqui, são opções muito aquém do perfil traçado por Maquinhos com os 11 principais.

Contratados para a Série C, Leozinho e Maranhão decepcionaram nas atuações medíocres e que pouco somaram ao coletivo tricolor. O primeiro teve oportunidade como titular contra o ABC e foi infrutífero da meia ao ataque. Já o segundo entrou no decorrer do segundo tempo, sem inspirar confiança para garantir vaga entre os que iniciam a partida. Guto na volância dispensa comentários, quando coloca-se o jogador diante da vaga deixada por Juliano. Sem muito ritmo, Clebinho integrou a lacuna deixada na articulação contra o Salgueiro.

O Fortaleza conquistou empate na última rodada. Viu o adversário pernambucano impondo muita pressão. Sofreu com arbitragem ruim, mas não há de se responsabilizar por completo esse detalhe, visto a já alarmante falta de consistência que o time tem na ausência de jogadores titulares durante dois ou mais jogos. Se antes a questão era não saber se portar em casa, agora o debate se alastra: o questionamento se volta para como o time não consegue encontrar dentro do elenco possibilidades para manter o bom nível.

Inevitavelmente, muitos dos torcedores tricolores priorizam o mata-mata da Série C pelo histórico recente de insucessos. O Leão pode não fazer uma campanha tão destoante dos seus concorrentes de chave como nos anos anteriores e, muito bem, passar pelas quartas de final e conquistar o acesso. Mas é preciso que o time tenha novas alternativas para se chegar até lá sem sustos. E isso, pelo demonstrado nos dois últimos jogos, passou a faltar ao time.

A equipe tricolor volta a campo no próximo domingo, às 18 horas, no Castelão, quando enfrentará o líder ASA-AL para tentar retomar a ponta da tabela. Até lá, Marquinhos Santos e sua equipe terão uma semana movimentada para tentar encontrar solução eficiente para um time que sofreu limitações técnicas dentro do seu antes considerável leque de alternativas táticas.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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