Por André Victor Rodrigues

Desde que foi retomada em 2013, a Copa do Nordeste se consolida no calendário do futebol brasileiro. Pelos jogos, por se tornar o torneio mais relevante do primeiro semestre e devido ao crescimento econômico proporcionado aos clubes participantes. Enquanto isso, a cada ano, as disputas dos campeonatos estaduais jazem no caminho para falência, causando prejuízos às equipes que ainda dão vida a esses certames.

Pois bem. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, na última quarta-feira, o calendário do futebol brasileiro para o próximo ano. E o que ele traz? A redução de 12 para oito datas no Nordestão e indicação de 18 datas para os estaduais.

Ainda é esperado detalhamento específico sobre a mudança para a Lampions League. Uma explicação oficial. Mas está lá no site oficial da entidade: 18 datas para Campeonatos Estaduais (29/01 a 30/04), 08 datas (15/02 a 19/04) para Torneios Regionais. Decisão que só prova o pouco caso e incompetência por parte de quem faz o futebol no País. A preocupação em agradar federações é maior do que a leitura de contexto atual.

O que se desenha é prejudicial a saúde do torneio regional, tão elogiado nos últimos anos exatamente por ser um ponto de salvação dentro de um início de temporada tão deficiente no Brasil. O risco é de deterioração do que vem dando certo. Há chances de se fazer uma fórmula com jogos apenas de ida na primeira fase, o que já foi colocado em discussão por federações de Ceará, Bahia e Pernambuco durante o primeiro semestre. E o que seria uma pena, visto que desfiguraria o caráter competitivo e emocionante da disputa.

Quanto ao Estadual, a Federação Cearense de Futebol (FCF) alega que ainda serão feitas reuniões com os clubes para discutir as possíveis fórmulas para 2017. Em um ano de tantas reclamações, o esperado é que Ceará e Fortaleza ajam com coerência e tenham papel importante na cobrança por uma competição que seja interessante em apelo e ganhos financeiros aos times.

O quadro divulgado pela CBF ainda não é definitivo. A quantidade de datas ainda passará por clubes e federações. Mas fica novo retrato de uma confederação incapaz de repensar o futebol nacional para melhoras. Pelo contrário: busca-se como estragar os raros exemplos de sucesso.

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles