Daniel Sobralense foi às lágrimas em entrevista ao Esporte Interativo no Castelão, depois de Fortaleza 1 x 0 Botafogo-PB. Autor do gol da vitória que devolveu a liderança do Grupo A da Série C ao Leão, o meia jogou no sacrifício, ainda incomodado pelas dores no calcanhar. E essa sua história de superação veio para confirmar o papel fundamental que pode cumprir dentro da equipe comandada por Marquinhos Santos, ainda tentando reencontrar esquema sólido nesta edição do Campeonato Brasileiro.

Mesmo com atuação de mais esforço do que organização, o Tricolor do Pici venceu o Belo ao desequilibrar no meio-campo. Compuseram o setor os volantes Juliano e Corrêa, Éverton e, desta vez, Daniel Sobralense. A presença do meio-campista de ofício entre os 11 titulares – após três jogos entregue ao Departamento Médico – devolve ao Fortaleza mais recursos nas jogadas ofensivas. Traz qualidade para triangulações, eleva a eficiência no último toque e dá mais poder de fogo ao time.

Há expectativa de que o diálogo entre Éverton e Daniel Sobralense no meio de campo amadureça, a medida em que ambos alcancem a forma física ideal. Eles juntos têm a capacidade de contemplar o perfil do qual o clube ficou órfão desde que sofreu com a saída de jogadores e lesões. Se a solidez defensiva está ligada ao retorno de Juliano, a dupla de meias faz com que os contra-ataques rápidos evoluam em definição. Jogando aberto ou mais infiltrado até a meta adversária, Daniel, em especial, verticaliza mais os lances de ataque e vira solução para finalizações em tempos de baixa dos atacantes.

É certo que o meia nunca foi dos jogadores mais regulares vestindo as cores do Leão. Mas em seus dias inspirados consegue assumir protagonismo pela agilidade, técnica e precisão no arremate. Exatamente desse lado do experiente atleta de 33 anos que Marquinhos Santos mais necessita no momento. Ter o melhor Daniel Sobralense de volta ao time deve oferecer alento aos pensamentos do treinador. De tanto tentar suprir por outros meios dentro das carências recentes, os tricolores tem a peça certa. E Daniel tem a oportunidade maior de voltar por cima.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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