Em mais uma rodada da Série B em que tudo deu certo para o Ceará a equipe teve a capacidade de jogar um futebol ainda pior do que vinha apresentando na sequência de sete jogos sem vitória. Agora já são oito jogos sem vencer e a sexta colocação na tabela. O time somou apenas cinco pontos nos 24 mais recentes que disputou. Ainda assim, por incrível que pareça e porque o nível técnico da Segundona é dos piores já registrados – além da boa campanha no primeiro turno – a equipe segue com a mesma pontuação do quarto colocado, o CRB. Ambos têm 38 pontos, assim como Londrina.

Não dá para tirar o mérito do Sampaio. Seria uma injustiça, até porque a equipe jogou taticamente de forma comprometida. A proposta defensiva de Flávio Araújo era clara e óbvia. Defesa e saída rápida para o ataque. O time finalizou apenas quatro vezes, mas foi o que bastou para vencer.

As vaias dos inconformados torcedores do Ceará foram bem justas e refletem exatamente o momento da equipe, até porque a boa atuação do Sampaio não tem relação com o desempenho do alvinegro, um time sem qualquer criatividade, lento, distraído, nervoso, sem confiança, cruzando 36 bolas (31 erradas) para a área por falta de repertório e jogadas ensaiadas, além de ter finalizado apenas duas vezes em direção ao gol (13 no total).

Para além de questionar o  trabalho da diretoria e também o tático, de escalações e substituições do técnico Sérgio Soares – e é legítimo que se questione tudo – os jogadores do Ceará, tecnicamente,  estão muito abaixo do que mostraram no primeiro turno, quando fizeram 35 pontos em 19 partidas. Agora são três pontos somados em seis partidas do segundo turno – pior campanha – e são exatamente os mesmos atletas que têm agora um acúmulo enorme de más atuações. Isso faz toda a diferença e os coloca como muito responsáveis também.

Já a explicações para a má fase do alvinegro são as mais diversas possíveis, desde as inverossímeis até as possíveis. Na semana passada, entretanto, quando questionado sobre isso, o volante Richardson afirmou que se o elenco soubesse qual era o problema já teria solucionado. Parece que tudo continua assim e se os próprios jogadores não sabem, quem vai saber?

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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