Texto e apuração do jornalista André Almeida

Dois jogos, 180 minutos e muita coisa em disputa. As duas partidas contra o Juventude, nos dias 3 e 9 de outubro, pelas quartas de final da Série C do Brasileiro, representam bem mais do que um acesso para o Fortaleza. Encerrar ao calvário de sete anos na Terceirona e voltar a um patamar melhor do futebol brasileiro fará o Leão prospectar ganhos nos mais diversos setores, sobretudo financeiros.

Caso o acesso seja alcançado, a estimativa da diretoria tricolor é de aumento em torno de R$ 10 milhões na arrecadação total durante o ano. Por baixo. Somente pela Série B, o Leão já embolsaria cota por transmissão de TV de R$ 5 milhões, repassada pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Uma “melhora de vida” gigantesca, já que o Tricolor, na Série C, não recebe valor algum por disputar o campeonato.

A participação em uma competição com calendário garantido até o fim do ano também contribui para maior segurança financeira. Enquanto na Série C são, no máximo, 12 jogos em casa (nove na fase de grupos e mais três caso o clube chegue à final), na Segundona são 19 partidas. Na primeira fase da Terceirona 2016, o Fortaleza teve arrecadação bruta de R$ 853.056,00. “A estimativa é de arrecadação de algo em torno de R$ 2 ou 3 milhões pelos 19 jogos”, projeta o diretor financeiro do clube, Maurício Guimarães.

Estar na Série B garante mais visibilidade e consequente valorização da marca do clube. Os valores de patrocínios, logo, ficam mais caros. Atualmente, a soma anual nesse quesito gira em torno de R$ 2 milhões. Segundo Maurício, a projeção é de acréscimo de 30% em relação aos valores recebidos por anunciantes, que representaria pelo menos mais R$ 600 mil anuais.

Uma das principais fontes de receita do Leão, o programa de sócio-torcedor é fundamental para o crescimento financeiro do clube caso o acesso seja concretizado. Com cerca de 10 mil sócios, o Tricolor tem faturamento atual de R$ 3,6 milhões/ano. A projeção é de que, com novas adesões, o clube passe a faturar cerca de R$ 5,1 milhões/ano, passando de R$ 300 mil/mês para R$ 425 mil/mês.

Apesar da enorme diferença de faturamento, é preciso ponderar que disputar a Série B exige mais investimentos. O clube já tem lugar garantido na edição 2017 do Campeonato Cearense, da Copa do Nordeste e da Copa do Brasil, que também podem rendem lucros de acordo com o desempenho que a equipe alcançar.

Marca valorizada

“O marketing no futebol só funciona se o campo funcionar”. A frase é do especialista em marketing esportivo Chateaubriand Arrais Filho, projetando ganhos para os cofres tricolores. “O Fortaleza já faz um marketing bem feito mesmo estando na Série C. Se subir, com certeza vai ter um potencial muito maior, com ganho de valor de mercado”, conclui.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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