São sete pontos de diferença para o G4 restando sete rodadas para o fim da Série B e a certeza é que apenas uma improvável sequência de vitórias fará o Ceará subir para a primeira divisão. Improvável porque a equipe ganhou apenas um jogo dos 14 mais recentes que disputou, numa péssima campanha, retrato de um ano extremamente problemático para o alvinegro dentro de campo.

O discurso dos jogadores, comissão técnica e da diretoria do time é de esperança, mas fica evidente que é por obrigação e não por convicção.  Os torcedores, por incrível que pareça, especialmente aqueles com senso crítico, parecem mais conscientes neste momento.

O ataque continua sendo responsável direto pela queda absurda de rendimento do time, até porque a defesa sempre foi irregular. No primeiro turno, o alvinegro sofreu 21 gols, média de 1,10 por partida. Já o seu ataque marcou 29 vezes, média de 1,52 por jogo.

No segundo turno o sistema defensivo se manteve mediano e estável. Até agora foram 12 jogos realizados e 14 tentos sofridos, média de 1,16 por partida, ou seja, praticamente idêntico ao desempenho anterior. Já o setor ofensivo despencou. Fez apenas oito gols, média de 0,66 por embate.

A queda no desempenho do ataque de 1,52 gol por partida para 0,66 é assustadora, motivo essencial do time ter parado de jogar. Se os 35 pontos nos 19 primeiros jogos representaram 61,4% de aproveitamento, os nove pontos de agora representam 25% apenas.

Além da falta de criatividade do treinador de buscar alternativas para superar dificuldades que surgiam jogo após jogo, os atletas, que são os mesmos do primeiro turno, tiveram chocante queda de rendimento. Não há nenhum jogador do Ceará que esteja sequer no mesmo nível do primeiro turno, nem mesmo Bill e Éverson. Todos, ao mesmo tempo, entraram numa curva descendente impressionante.

Incapaz de detectar os problemas e de reforçar o elenco quando necessário,  a diretoria tem parcela essencial no cenário, mas não dá pra ser culpada sozinha. Pesa contra ela, entretanto, todo o retrospecto desde o fim do ano passado, quando o time escapou da Série C por um triz.  É a história do ônus e do bônus.

Tagged in:

,

About the Author

Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

View All Articles