A altura (1,94cm) de Gilmar Dal Pozzo é proporcional ao trabalho marcante realizado como técnico na Chapecoense. Subiu da Série C para a Série B em 2012 e da Série B para a Série A em 2013. Demitido em 2014, ficou longe do sucesso alcançado. Suas passagens por Criciúma (2014), ABC (2015), Náutico (2015/2016) e Paysandu (2016) foram marcadas por tropeços e ausência de títulos ou acessos.

Aos 46 anos, o ex-goleiro do Caxias, Marítimo, Goiás, Avaí, Santa Cruz e Veranópolis, chega ao Ceará em condição parecida com a do clube: precisando resgatar a competência de tempos passados porque as lembranças profissionais de 2016 não serão boas.

Esse encontro é imprevisível, como quase todos quando se fala da comunhão entre técnico e elenco (ainda mais um que vai precisar ser formado quase do zero), mas Gilmar tem condições de ter sucesso desde que haja tranquilidade para trabalhar e colocar seus métodos com o mínimo de sossego. Se foi contratado, que a diretoria agregue confiança e tempo para uma cobrança efetiva.

Taticamente, inspirado em Tite, de quem é amigo, Pozzo adotava o 4-2-3-1 em seus times, mas tem tentado – foi assim no Náutico e no Paysandu – o 4-1-4-1, o esquema mais usado no mundo hoje, com preenchimento do meio-campo que tenta chegar ao ataque e, ao mesmo tempo, marcar pra dificultar a vida do adversário.

A torcida do Ceará aguarda o 2017 para ver como as teses vão funcionar na prática. Há um trabalho intenso pela frente, de reconstrução de elenco, de introdução de uma filosofia. Fácil não será. Impossível não é.

 

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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