Blog de volta após alguns dias de recesso.  Vamos lá e já agradeço antecipadamente a gentileza da audiência e dos comentários, caso assim desejem.

Exigência do acesso para a Série B, Vaias, gritos de “time sem vergonha” com 10 minutos de jogo e protesto após o empate por 2 a 2 diante do Ferroviário, neste domingo. A torcida do Fortaleza mostrou, logo no primeiro encontro oficial da equipe, que está com os nervos à flor da pele.

Muito longe de compreender que se trata de um trabalho completamente novo, os torcedores deixaram evidente que carregam toda a frustração e lamentação pelos agora oito anos seguidos da Série C. O novo elenco, formado por jogadores que não têm relação alguma com os anos recentes do tricolor, agora já sabe o que terá pela frente: um nível de cobrança intenso.

A postura da torcida, se por um lado deixa claro a sua expectativa e mostra o importante senso crítico que deve sempre estar presente, atrapalha. Ir ao estádio e logo nos primeiros minutos da partida inaugural do certame já vaiar e cobrar sem o mínimo de racionalidade é levar tensão demais antes da hora.

O Fortaleza jogou bem diante do Ferroviário? Não. Foi lento, deixou espaços demais no sistema defensivo e mostrou desorganização tática relevante, ainda que tenha encontrado um Ferrão bem postado e armado para contra-atacar pelo técnico Marcelo Vilar (e há muito mérito no trabalho do treinador, que por muito pouco não ganhou o jogo). Agora, ainda diante deste cenário, não faz sentido o nível de cobrança imposto pelos torcedores tricolores. O trabalho está obviamente no início, os jogadores tendem a mostrar evolução geral,  mesma situação da comissão técnica. Como na vida, tudo tem seu tempo e atropelar etapas é prejudicial.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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