Não demorou para o elenco que aos 12 minutos do primeiro tempo do jogo inicial da temporada era xingado de “sem vergonha” pela torcida passar a ganhar gritos, aplausos e “olé”. Foi o que se ouviu ainda no segundo tempo do Clássico-Rei deste domingo. A vitória do Fortaleza por 1 a 0 sobre o Ceará, golaço de Gabriel Pereira, era tudo que diretoria, comissão técnica e jogadores do tricolor queriam. Mais do que vencer um jogo que pouco deve influenciar no fim da competição, o Fortaleza, que não perde do Ceará há cinco partidas pelo estadual, queria ter o mínimo de paz para tentar trabalhar com um elenco completamente reformulado. Conseguiu.

Foi um jogo de muita disputa, garra e jogadas violentas sem qualquer necessidade. No primeiro tempo, um Ceará com mais posse de bola, iniciativa e um Fortaleza bem mais organizado no sistema defensivo na comparação com os dois primeiros jogos da temporada e tentando sair nos contra-ataques.  Lance perigoso de gol apenas um para cada lado.

No segundo tempo o Ceará teve duas ótimas chances para marcar antes dos 10 minutos, mas Douglas Baggio e Lele desperdiçaram. As oportunidades perdidas se mostraram decisivas. Logo em seguida, aos 11 minutos, o Alvinegro ficou com um jogador a menos. Lele, que já tinha amarelo, simulou pênalti, foi advertido com segundo cartão, e acabou excluído.

A situação fez o técnico Gilmar Dal Pozzo tirar Magno Alves e colocar Alex Amado em campo. A substituição não foi capaz de controlar o Fortaleza, que passou a ser mais ofensivo com a vantagem numérica e não demorou para abrir o placar. Depois de levantamento na área, Everson se adiantou para socar a bola, que então sobrou para Gabriel Pereira. Com extrema  categoria, ele a dominou e, de muito longe, encobriu o goleiro do Ceará: 1 a 0, aos 20 minutos.

Com a vantagem no placar, o Fortaleza optou pelo cuidado e se postou de forma a segurar o resultado e sair nos contra-ataques, enquanto o Ceará tentava pressionar sem objetividade e isso realmente faltou ao time. Aos 40 minutos, o lateral esquerdo Gaston Filgueira foi expulso (já era para ter sido expulso antes em falta que fez em Lele, não marcada), mas a vitória do Fortaleza estava consolidada.

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Fernando Graziani

Fernando Graziani é jornalista. Cobriu três Copas do Mundo, Copa das Confederações, duas Olimpíadas e mais centenas de campeonatos. No Blog, privilegia análise do futebol cearense e nordestino.

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